Dentre os cerca de 80 militares do Exército que foram intimados a prestar depoimentos à Polícia Federal no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, que investigam os ataques de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) às sedes dos Três Poderes em Brasília no último 8 de janeiro, está o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que encabeçou o Comando Militar do Planalto, e o tenente-coronel Jorge Fernandes da Hora, que foi o comandante do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP).
De acordo com os pedidos expedidos, a PF espera ouvir os militares indicados na próxima quarta-feira (12) e montará uma força-tarefa para que todos os depoimentos sejam tomados e registrados na mesma data.
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Foi a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que permitiu que a Justiça comum – e não a militar – investigassem militares acusados de envolvimento no episódio, o que colocou os mais de 80 militares no radar da PF. Em uma das linhas de investigação sobre o episódio, tanto o BGP como o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) teriam falhado em suas funções, facilitando a ocorrência dos ataques.
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A maioria dos militares convocados a depor atuaram em funções de comando desses órgãos e, segundo levantamento da PF, poderiam oferecer maiores informações sobre o episódio que é considerado uma tentativa de golpe de estado.
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A convocação para depor das dezenas de oficiais do Exército é inédita desde a redemocratização e vista com otimismo por especialistas. Ao Uol, o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles afirmou que investigar os militares será “altamente sadio para a democracia”.
“O caso envolveu uma quantidade enorme de pessoas e órgãos militares que em tese teriam que zelar pela integridade física e material do local (…) Na democracia, não há ninguém acima de qualquer suspeita”, declarou.