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EXCLUSIVO: Fonte da Fórum no Caso GSI revela detalhes de evento restrito no Planalto

Servidor da PF, cuja existência foi colocada em dúvida pelo general Heleno, reportou cerimônia fechada no palácio, em tempo real, com imagens e áudios. General Mário Fernandes falou de “tempos de incerteza no presente e no futuro”

Palácio do.Créditos: Agência Brasil
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O servidor da Polícia Federal (PF) lotado na Presidência da República, fonte exclusiva da Fórum, que acusou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de estar por trás dos ataques terroristas realizados por bolsonaristas na noite da última segunda (12), em Brasília, e que inclusive teve sua existência colocada em dúvida pelo general Augusto Heleno, chefe do órgão de Inteligência, esteve presente num evento fechado e restrito, na manhã desta quinta-feira (15), realizado dentro do Palácio do Planalto.

Na cerimônia, que ocorreu no Anexo I do complexo de onde despacha o chefe de Estado, e que não teve transmissão por qualquer veículo de imprensa oficial, voltado apenas a servidores da Presidência, estiveram presentes o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, general Luiz Eduardo Ramos, o secretário-adjunto do órgão, general Mário Fernandes, e o secretário Especial de Administração, Clovis Felix Curado Junior.

Num determinado ponto do encontro com funcionários de um dos setores públicos mais fechados e vigiados da estrutura governamental do estado brasileiro, o general Fernandes, secretário-adjunto do ministro Ramos, chegou a fazer o que parecem ser insinuações sobre o governo que sucederá a gestão de Jair Bolsonaro, liderado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando aos subordinados que “tempos de incerteza virão pela frente, no presente e no futuro”. O servidor da PF contou ainda que, entre colegas menos graduados, o burburinho era de um suposto “golpe” e de que “estão pedindo para os generais para o Lula não assumir”.

Todo o evento foi reportado em tempo real por parte da fonte, que finalizou as informações com um arquivo de áudio. O teor da gravação, que explica minuciosa o ambiente, será transcrito na íntegra e revela detalhes do que ocorreu. Fórum detém todos os registros que o comprovam.

As fotos também não serão publicadas porque pelo sistema de câmeras de vigilância do Planalto o agente da PF poderia ser identificado, assim como os áudios encaminhados de dentro do palácio, que poderiam revelar sua identidade, ou até mesmo a de terceiros que surgem nas gravações.

Leia a íntegra:

“O evento acabou há poucos minutos. Começou pontualmente às 10h, eles são de fato bem pontuais. E estavam presentes os servidores da Secretaria-Geral da Presidência, o pessoal da Secretaria Especial de Administração e outras divisões... Vieram o ministro (da Secretaria-Geral da Presidência), que é o general (Luiz Eduardo) Ramos, o secretário-adjunto, que é o general Mário Fernandes, e o secretário Especial de Administração, o Clovis Curado (Clovis Felix Curado Junior). O general Ramos estava com um terno azul-marinho, de camisa azul-claro, gravata azul-marinho e um prendedor de gravata dourado, o general Mário de paletó azul-marinho, camisa branca e gravata azul-claro e o Clovis de paletó cinza, camisa branca e gravata cinza também, todos usando os broches da Presidência na lapela... O evento todo, com as falas, as homenagens, porque rolaram umas homenagens, durou 48 minutos. Começou às 10h em ponto e terminou 10h48, e o ministro Ramos ficou cumprimentando as pessoas e tirando foto até 11h05, e aí foi embora. Foi usado o auditório do Anexo I do (Palácio do) Planalto, e eles falaram de um púlpito que fica à esquerda de quem olha da plateia, mas usaram também o espa??o da frente, fora do púlpito, falando de improviso, ali na frente mesmo... Aí projetaram umas imagens, numa delas, dentro do gabinete do general Ramos, com uns capacetes militares, está ele e o Datena, que foi lá aquele dia que o Bolsonaro deu entrevista... E teve também uma projeção que mostrou uma reunião nesse mesmo auditório em que o Heleno aparece na primeira fila sentado... Mas então, aí ministro acabou rompendo com o protocolo da cerimônia, ele já tinha falado e depois foi receber uma homenagem, aí falou de novo e encerrou tudo, acabou meio do nada, porque parecia que ia continuar o evento, denotou uma certa pressa em encerrar. Ele disse que ficaria na porta para cumprimentar a todos e recebeu boa parte dos presentes no ato, tirou fotos, abraçou algumas pessoas. Ele contou histórias do período em que esteve no Exército como oficial, quando era capitão, major, há muito anos, no começo da carreira, sobre comandar uma porrada de soldados em situações muito difíceis, sempre bem humorado... E se emocionou, né... Citou a esposa e a família, enfim... O general Mário, que é secretário-adjunto, acabou falando mais do que o próprio ministro Ramos, dispensou o microfone, e em numa certa hora lá disse que quebraria o protocolo e falou que o país atravessa, e ainda vai atravessar, no presente e no futuro, momentos de incerteza, evidentemente se referindo ao término do governo Bolsonaro e atribuindo isso à próxima gestão, do Lula, mas sem citar nome de ninguém. Agora, o falatório do pessoal, não dos militares, aqui na saída, é sobre uma suposta mensagem cifrada aí, de que vão impedir o Lula de tomar posse e essas coisas, porque dizem os servidores que estão também nos grupos do Ministério da Defesa que estão orquestrando um monte de coisas, mandando mensagens e pedidos pros generais, pra impedir a posse e essas coisas, mas no fim ficou aquele clima de despedida, de que acabou e foi todo mundo embora... Vou te enviar logo mais as outras fotos e os outros áudios gravados lá, assim que sair.”