Há poucos minutos de voltar a pisar em solo brasileiro após passar 89 dias de férias nos EUA, para onde fugiu em dezembro para não entregar a faixa presidencial a Lula, Jair Bolsonaro (PL) encontrará um cenário diferente da bajulação dos últimos quatro anos.
Embora ainda comande uma horda de radicais, as mudanças no cenário político impactaram sua base eleitoral, isolaram aliados extremistas no Congresso Nacional e causaram reflexo até mesmo seu partido, o PL, onde uma ala já cogita tentar convencer o ex-presidente a sair como cabo eleitoral de sua esposa, Michelle Bolsonaro, em 2026.
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Na avaliação dessa ala do PL, Bolsonaro funciona bem como cabo eleitoral e a esposa, que preside o PL Mulher, não teria os problemas na Justiça e a rejeição que o marido vem acumulando com a fuga aos EUA e casos como o das joias sauditas.
Assim como boa parte do Centrão, essa ala do PL vê grandes possibilidades de Bolsonaro ficar inelegível e acredita que os processos na Justiça afetaram definitivamente sua imagem - além de cogitarem até mesmo a prisão do ex-presidente.
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Militares na recepção
Bolsonaro deve desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília por volta das 7h10 desta quinta-feira (30) sob forte esquema de segurança, montado pela Polícia Federal e pelo governo do Distrito Federal, que prevê até mesmo levar o ex-presidente para depor na sede da corporação, na capital federal.
Entre as medidas de segurança, a que determina que Bolsonaro deve deixar o aeroporto pela porta dos fundos foi a que mais irritou o ex-presidente, que deu chilique antes de embarcar ao Brasil.
Nesta quarta-feira (29), o Comando do Exército chegou a discutir a possibilidade de enviar militares para a "recepção" do ex-presidente.
À paisana, os militares seriam encarregados de coibir atos de violência no desembarque. Segundo o portal Metrópoles, as medidas tomadas pelas autoridades teriam gerado desconforto em uma ala das Forças Armadas, que ainda simpatiza com o ex-presidente.
O GDF fechou a Praça dos Três Poderes para manifestações e colocou agentes para monitorar permanentemente a Esplanada dos Ministérios e a região do aeroporto. Além disso, proibiu Bolsonaro de desfilar em carro aberto.
As medidas foram tomadas justamente para manter a ordem principalmente no aeroporto, que tem fluxo extra às quintas-feiras com a partida de parlamentares para suas bases eleitorais.
Além do governo do DF, Michelle Bolsonaro impôs restrições proibindo o marido de ir para casa assim que desembarcar no Brasil.
Michelle teme aglomeração de radicais em frente ao condomínio para onde eles se mudaram - e já foram hostilizados. Do aeroporto, Bolsonaro deve seguir para a sede do PL.