Jair Bolsonaro (PL) largou o cargo de presidente da República antes mesmo de seu mandato terminar, em 30 de dezembro do ano passado. Saiu apressado para os EUA no avião da Força Aérea Brasileira que tinha direito de usar, com o passaporte diplomático no bolso e seu visto de chefe de Estado. Essa parte do melancólico e patético fim político do ex-mandatário de extrema direita todo mundo já sabia.
O que ninguém sabia até o momento é que, 23 dias antes, em 7 de dezembro de 2022, Bolsonaro deu início à “operação” de esvaziamento de seus “pertences e presentes” oriundos do período em que ocupou os palácios do Planalto e da Alvorada. Estão incluídos aí, nesse esquema para retirada e armazenamento, as tais joias e relógios recheados de diamantes e pedras preciosas, de grifes como Chopard e Rolex. O local para onde tudo isso teria ido? Uma propriedade gigantesca e luxuosa no Lago Sul, em Brasília, do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, um bolsonarista inveterado, assumido e orgulhoso. As informações são do jornal paulista O Estado de S. Paulo.
Chamado de “Fazenda Piquet”, o imóvel recebeu, de acordo com a reportagem do Estadão, veículos carregados com esses pertences valiosos que teria saído das garagens privativas dos palácios do Planalto e da Alvorada. Embora tenha o dia 7 de dezembro como data marcada para encaminhar as caixas com os “presentes” para a propriedade de Piquet, o jornal afirma que isso só ocorreria com 13 dias de atraso, em 20 de dezembro.
O mais revelador da reportagem é o fato de que Bolsonaro teria mandado para o imóvel do automobilista veterano apenas itens de muito valor financeiro, deixando cartas, livros, publicações e outros objetos para o Arquivo Nacional e a Biblioteca Nacional, localizados no Rio de Janeiro. O Estadão informou que Nelson Piquet não se manifestou sobre o fato até o momento após ser procurado pelo autor da matéria.