Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta quinta-feira, o jurista e advogado Lênio Streck comentou o desenrolar recente dos embates entre Lula e Sérgio Moro. Após a deflagração de operação da PF que impediu um ataque contra o senador e ex-juiz, a extrema-direita comandou uma série de ataques ao presidente.
Na terça-feira, Lula disse em entrevista que, durante seu tempo na cadeia, pensava em 'fuder com esse tal de Moro'. Um dia depois da fala de Lula, a Operação Sequaz, que investiga ameaças do PCC contra Sérgio Moro e outras autoridades, foi divulgada ao público.
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Rapidamente, Carla Zambelli fez uma postagem associando as duas falas. Logo depois, Bolsonaro tentou conectar o caso Celso Daniel, sua facada e o ataque a Moro em um tweet.
Os dados do DataFórum mostraram que esse tipo de narrativa fugiu à bolha de extrema-direita, prejudicando a imagem do atual governo.
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Para Lênio Streck, a nova gestão ainda não entendeu a dinâmica das redes. "O governo ainda não entendeu o problema da construção da realidade mediante narrativas", disse à Fórum.
"Em casos como esse, é importante ter estratégia para debater. Esses factoides são destrutivos. Se o governo não se der conta de que há duas batalhas - uma do cotidiano, outra dos avatares", completou. E alertou para o risco dessas mentiras serem utilizadas por Bolsonaro. "O Bolsonaro pega carona com esses factoides, claro".
"Esse universo fictício acaba se tornando em um universo verdadeiro. O sujeito inventa que o Lula é demônio e depois diz isso na Igreja. A palavra se transforma em ação", explica.
Confira a entrevista completa de Lênio Streck ao Fórum Onze e Meia: