Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia do governo de Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento, à Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (14), a respeito do escândalo das joias, avaliadas em R$ 16,5 milhões, presente do governo da Arábia Saudita.
O ex-titular da pasta declarou, desta vez, que os estojos seriam “presentes de Estado”, entregues por um integrante oficial do governo saudita quando a delegação brasileira, chefiada por ele, se preparava para deixar o país.
Albuquerque afirmou, ainda, que os pacotes não foram abertos até a chegada dos integrantes da comitiva ao Brasil. Além disso, em nenhum momento, ele teria sido comunicado que as joias seriam para o casal Jair e Michelle Bolsonaro.
O ex-ministro destacou, também, que deu encaminhamento ao processo para tentar liberar as joias apreendidas pela Receita Federal, com o objetivo de que fossem incorporadas ao acervo do Estado, de acordo com o blog de Julia Duailibi, no G1.
Porém, esta versão é bem diferente do que ele mesmo afirmou anteriormente. Um vídeo, divulgado no dia 8 de março, gravado pelas câmeras do circuito interno do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, logo depois do desembarque da delegação, mostra Albuquerque dizendo: “Isso tudo vai entrar lá pra primeira-dama”.
O depoimento à PF durou cerca de uma hora e foi realizado na casa de seu advogado, no Rio de Janeiro. Marcos Soeiro, ex-assessor de Albuquerque, também participou.
A farra das joias
O governo Bolsonaro tentou trazer ao Brasil em 2021, ilegalmente, joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. O grupo desembarcou no aeroporto de Guarulhos e as joias foram encontradas na mochila de Soeiro, então assessor do ex-ministro. Os itens foram retidos e estão em posse da Receita Federal.