SEM ARREGO

PSOL quer Damares fora do Congresso Nacional e sem foro privilegiado

Pasta que buscava emular o Ministério dos Direitos Humanos durante o governo Bolsonaro, com Damares à cabeça, é acusada de negar o envio de água potável e equipamentos médicos aos Yanomami durante a pandemia

Damares Alves (Republicanos-DF), senadora.PSOL quer Damares fora do Congresso Nacional e sem foro privilegiadoCréditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O PSOL anunciou que vai protocolar uma representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, na próxima quinta-feira (9), pedindo a cassação do mandato de Damares Alves (Republicanos-DF), apontada pelo partido como uma das responsáveis pela vergonhosa crise humanitária imposta ao povo Yanomami pela política genocida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Damares foi ministra de uma pasta que buscava emular o Ministério dos Direitos Humanos, completamente inviabilizado teórica e praticamente durante o governo anterior.

Ao longo da sua trajetória no ‘ministério’ de Bolsonaro, Damares ganhou notoriedade por uma série de episódios perversos, como aquele em 2020 quando foi acusada de divulgar informações a grupos de extrema direita sobre uma menina de 11 anos que faria uma cirurgia de aborto de um feto gerado por estupro. No mesmo ano ela também abrigou na pasta, como assessora, a porta-voz do grupo '300 do Brasil', Sara Winter.

No ofício a ser protocolado pelo PSOL consta uma série de documentos enviados para Damares enquanto cabeça da pasta pelo Ministério Público Federal (MPF) e por organismos internacionais, incluindo a própria Organização da Nações Unidas (ONU), sobre episódios de violência contra povos indígenas.

De acordo com a legenda, se Damares simplesmente não ignorasse os alertas, como aconteceu em grande parte dos casos, ela os enviaria a outros ministérios e órgãos. Para a ação protocolada pelo PSOL, Damares foi “peça fundamental”, por ação ou omissão, no projeto de genocídio do povo Yanomami que acompanhamos neste início de 2023.

Além disso, e para reforçar o argumento, a legenda ainda acrescentou à ação manifestações de Damares que vão contra a implantação de políticas sanitárias nos territórios yanomami durante a pandemia de Covid-19. Seu suposto ministério dos Direitos Humanos vetou o fornecimento água potável e equipamentos médicos.