Investigações sobre gastos no cartão corporativo da Presidência da República, na gestão de Jair Bolsonaro (PL), apontaram mais uma despesa “estranha”, digamos assim.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro teria utilizado os recursos para colocar novos implantes de silicone nos seios e realizar caros procedimentos estéticos, de acordo com informações da coluna Radar, na Veja.
Segundo a reportagem, por meio de investigações que têm como alvo um auxiliar de Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal (STF) já descobriu que um cartão de crédito utilizado por Michelle era quitado pelo Palácio do Planalto. No caso do implante de silicone, em 2020, há um mistério: a conta foi paga a partir de um boleto.
O senador Humberto Costa (PT-CE) anunciou, neste sábado (4), que vai acionar diferentes órgãos para que Michelle seja investigada pela prática de supostos crimes relatados em reportagem divulgada na sexta-feira (3) pelo portal Metrópoles.
Entre as denúncias contra a ex-primeira-dama, estão a de que ela comandaria um esquema de corrupção conhecido como rachadinha, que assediaria moralmente servidores do Palácio da Alvorada e de que teria, ainda, "saqueado" lotes de carnes nobres, como picanha e contrafilé, além de caixas de camarão e bacalhau, entre outros alimentos refinados, da dispensa da residência oficial da presidente da República.
"Após as graves denúncias apresentadas pelo - que ligam Michelle Bolsonaro a série de crimes como prática de 'rachadinha', assédio moral e corrupção - decidi entrar com uma série de representações nos órgãos competentes para a apuração dos fatos. Vou socilitar ao Ministério Público Federal e a Polícia Federal que apurem os possíveis crimes de apropriação indébita, corrupção e atos de improbidade administrativa cometidos pela ex-primeira-dama", declarou Humberto Costa através das redes sociais.
Rachadinha
Depois das denúncias publicadas no dia 20 de janeiro apontando o presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua esposa, Michelle Bolsonaro, como suspeitos de praticar um esquema de ‘rachadinha’ dentro do Palácio do Planalto, o site Metrópoles publicou na noite desta sexta-feira (3) uma sequência de sua investigação sobre o caso.
Na reportagem de agora, a ex-primeira-dama surge como protagonista de um esquema que os autores da matéria acreditam ser o de repasse de uma parte do salário de uma assessora parlamentar. Trata-se de Rosimary Cardoso Cordeiro, a melhor amiga de Michelle, que anteriormente já apareceu no noticiário como sendo a dona do cartão de crédito usado pela esposa do presidente da República.
Rosimary teria conseguido um cargo no gabinete do senador bolsonarista Roberto Rocha (PTB-MA) logo no início do governo Bolsonaro, em 2019, com salário de pouco mais de R$ 6 mil. Tempos depois, diz a reportagem, a amiga foi “promovida” e chegou a um posto que lhe rendera excelentes vencimentos, na casa dos R$ 16 mil.
Até aí, tudo bem. O problema é que a reportagem ouviu fontes que afirmaram que regularmente a escolta presidencial, composta por guarda-costas do GSI, iam até a casa de Rosimary recolher as “encomendas” que deveriam ser levadas até a então primeira-dama. Essas testemunhas disseram que o conteúdo dos envelopes “era facilmente identificável pelo tato” e que se tratava de dinheiro vivo.
O Metrópoles chegou a divulgar um áudio em que Rosimary fala com um interlocutor sobre passar em sua casa para pegar a “encomenda” da ‘Mi’, em referência à ex-primeira-dama.