O senador Marcos do Val (Podemos-ES), que revelou ao Brasil que ele, Daniel Silveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) organizaram a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, foi às redes sociais para apresentar mais uma versão da atentado.
Agora, o parlamentar resolveu atacar a imprensa e dizer que não "está usando artimanhas políticas, mas sim artimanhas estratégicas". No entanto, o senador não conseguiu explicar a diferença entre uma e outra.
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Diferente das outras versões que ele apresentou nas últimas 12 horas, agora toda a família Bolsonaro está com ele nesta ação que, ao que tudo indica se trata de uma estratégia para tentar tumultuar os poderes da República.
Segundo Marcos do Val, todas essas “contradições” das versões sobre a “operação tabajara” – para usar um expressão utilizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes ao se referir às denúncias de Do Val – faz parte de uma “estratégia”.
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"Tem repórter aí dizendo, 'ah, o senador está se contradizendo', 'o senador está não sei o que', 'o senador está tendo desequilíbrio emocional'. Tudo isso é proposital. Tem várias técnicas que são utilizadas e estou fazendo o uso de todas elas e eu peço para vocês que a gente continue ombreados nessa missão", diz Do Val.
Em seguida, Do Val informa que o ex-presidente Bolsonaro está a par de toda a situação e também revela que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) estão junto com ele nessa estratégia.
"Bolsonaro está sendo comunicado. Gentilmente disponibilizou o ministro da comunicação... o Flávio Bolsonaro, parceiraço. Eduardo Bolsonaro, parceiraço. Fiquem tranquilos que nós estamos trabalhando de forma estratégica e como eu não sou político, eu estou, eu poderia muito bem agora fazer uma coletiva e dizer 'ah, eu me enganei', não, eu estou seguindo a nossa estratégia", declarou o senador sem revelar quem mais faz parte da estratégia, já que ele usou a 1ª pessoa do plural.
Bolsonaro falou ou não? A contradição de Marcos do Val após anunciar que pode se filiar ao PL
A principal contradição, no entanto, diz respeito à participação de Jair Bolsonaro (PL) na reunião com Daniel Silveira (PTB-RJ) quando lhe foi apresentado o plano para o golpe de Estado.
Do Val foi convocado para ser uma espécie de araponga, para se infiltrar no Supremo Tribunal Federal (STF) com um grampo feito pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para tentar arrancar do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma declaração que seria editada para se tornar o estopim de uma convulsão social, que serviria de álibi para Bolsonaro decretar intervenção na Justiça Eleitoral, anular o resultado das eleições e se manter no poder.
"A ideia era que eu gravasse o ministro falando sobre as decisões dele, tentar fazê-lo confidenciar que agia sem observar necessariamente a Constituição. Com essa gravação, o presidente iria derrubar a eleição, dizer que ela foi fraudada, prender o Alexandre de Moraes, impedir a posse do Lula e seguir presidente da República", disse Do Val à Veja.
Indagado se "o presidente disse tudo isso", o senador foi enfático à revista: "Disse".