Há quase 2 meses de férias nos EUA, Jair Bolsonaro (PL) preferiu ignorar a tragédia provocada pelas chuvas no litoral de São Paulo que já deixou 46 mortos, além de 40 pessoas que seguem desaparecidas, segundo o último balanço divulgado pela Defesa Civil na manhã desta quarta-feira (22).
Nas redes sociais, o ex-presidente, que diz que voltará ao Brasil para liderar a oposição, o ex-presidente optou por divulgar dados de seu antigo governo em outras áreas - como a redução de "auxílio para presos em 57,5%" - e imagens com armamentistas dos EUA, além de vídeo de um autógrafo no braço de um garoto, que diz que não vai mais tomar banho.
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No perfil apócrifo no Instagram bolsonaro.tv, que foi criado pelo filho Carlos Bolsonaro (PL-RJ), a única publicação relacionada à tragédia no litoral paulista é uma foto do ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas, atual governador de São Paulo, ao lado de Lula em São Sebastião, cidade onde se concentra o maior número de mortos pelas chuvas.
Uma seta vermelha aponta Tarcísio na publicação, que destaca o texto "Parceria de Lula e Tarcísio após chuvas vira contraponto a Bolsonaro e incomoda aliados de ex-presidente".
O perfil apócrifo ainda divulga vídeo de um Bolsonaro sorridente passeando pelas ruas nos EUA e almoçando em um restaurante self-service, onde aparece uma bandeja com picanha.
Em dezembro de 2021, em meio à tragédia da chuvas na Bahia e Pernambuco, Jair Bolsonaro se negou a interromper as férias em Santa Catarina para visitar os estados e seguiu sua rotina com passeios de Jet Sky e no parque Beto Carrero, onde participou de um show de carros hot wheels.
Verba ridícula
O negacionismo de Jair Bolsonaro em relação às mudanças climáticas, pregado durante seus 4 anos de governo, encontrou eco na verba rídicula deixada pelo ex-presidente para auxiliar vítimas de tragédias em 2023.
Segundo o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, só havia em caixa R$ 25 mil reais separados para auxiliar as vítimas de tragédias como a das chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo no último final de semana.
“Não temos problemas de recursos orçamentários e nem financeiros. Para respostas a desastres a previsão era de só R$ 25 mil, que estavam no orçamento de 2023. No entanto, a medida provisória corrigiu isso e hoje temos recursos suficientes para o apoio”, declarou o ministro, lembrando da chamada PEC da Transição, que readequou a previsão orçamentária deixada por Bolsonaro para 2023 - e foi chamada de "PEC do Estouro" e "PEC da Gastança" pela mídia liberal.