Negociando mais espaço no governo mesmo após ter conquistado três ministérios - Turismo, com Daniela do Waguinho; Comunicações, com Juscelino Filho; e Integração Nacional, com Waldez Góes -, o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, revelou em entrevista ao jornal O Globo que a sanha da legenda é abocanhar ainda a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
Para isso, Bivar disse que "é óbvio" que o partido vai punir quem não votar com o governo e mandou recado direto para o ex-juiz Sergio Moro, que foi eleito senador pelo União e se coloca em posição de ataque ao governo Lula.
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"Precisamos debater o papel de pessoas eleitas para cargos majoritários, mas que precisam ter um mínimo de fidelidade partidária. Precisamos rever a legislação junto ao TSE e fazer com que exista um vínculo entre o partido e o político. Afinal, a legenda investiu nele dinheiro e tempo de televisão. Moro vai votar como quiser, não será coagido por ninguém, mesmo porque não tem cargos no governo. Mas ele e os demais saberão qual é a posição oficial do partido, e quem se sentir incomodado poderá sair sem qualquer prejuízo. Como tapar o sol com a peneira?", detalhou Bivar.
No mesmo O Globo, Moro havia dito que é "oposição e não tenho relação com a indicação de cargos pelo partido".
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Bivar, no entanto, fez um discurso dúbio na entrevista. Ao mesmo tempo em que diz que Moro e opositores não terão prejuízo se decidirem trilhar os rumos da oposição, ele anunciou punição a quem não seguir a orientação do partido no Congresso.
Indagado se haverá punição a "quem não entregar os votos para apoiar as pautas do governo no Congresso", Bivar foi enfático.
"É óbvio. Se alguém está usando um cargo do governo e não está ajudando, terá que entregar o cargo. Se está faltando com o governo nos projetos mais simples, não pode ocupar cargos".
Moro não comentou a entrevista do presidente da legenda.