A tragédia humanitária do povo Yanomami, resultado do abandono total e deliberado do governo de Jair Bolsonaro (PL), que levou essa comunidade indígena a condições subumanas de existência, com desnutrição grave generalizada, contaminação em decorrência da proliferação de garimpos em suas terras e ao acometimento por inúmeras doenças, devido à falta absoluta de assistência média, possivelmente não cairá no esquecimento. Pelo menos é essa a intenção de um grupo de parlamentares que já articula um processo de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar a responsabilidade da antiga gestão federal.
Os deputados federais Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) e Célia Xakriabá (PSOL- MG) protocolaram o requerimento de criação de CPI na tarde desta quarta-feira (1°) e a justificativa para a iniciativa é a de “investigar as condutas omissiva e comissiva de agentes públicos e órgãos do Poder Executivo Federal, responsáveis pela segurança sanitária e alimentar do povo Yanomami e pelo combate ao garimpo ilegal naquela reserva indígena entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022”.
Esses parlamentares acreditam que os seguidos surtos de malária, pneumonia, doenças respiratórias e de desnutrição grave, assim como outros danos relacionados à expansão do garimpo ilegal em suas terras, foram uma causa direta da catástrofe humanitária e a nítida ausência de ações por parte do poder público para evitar ou resolver esses problemas precisa ser investigada, para que a conduta de cada responsável seja individualizada.
Com o início do ano legislativo e da nova legislatura começando nesta segunda (1°), ainda não há uma definição clara sobre quando o pedido de instauração da CPI passará a ser discutido pelos deputados na Câmara Federal.