O general da reserva e agora deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), empossado nesta quarta-feira (1°) na Câmara para cumprir seu mandato parlamentar, ficou conhecido em todo o Brasil na época em que ainda estava na ativa do Exército e foi apresentado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) como o “especialista em logística” que assumiria o Ministério da Saúde, em plena pandemia devastadora e mortal da Covid-19. Mas o Brasil ficou sabendo mesmo quem ele era depois de sua catastrófica gestão à frente da pasta, que levou o país a ser uma das nações do mundo com mais mortos pelo vírus Sars-Cov-2, muito por conta do negacionismo e do amadorismo tosco que marcaram sua passagem pelo cargo.
Agora, eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro como o segundo nome mais votado do estado, com 205.324 votos, o militar que assombrou o Brasil na maior crise sanitária dos últimos cem anos estreia na Câmara e em seu primeiro dia já dá uma declaração grotesca, digna do bolsonarismo que representa.
Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, durante uma conversa com o também bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG), que se dizia preocupado com uma possível vitória do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na eleição para a presidência do Senado da República, Pazuello falou em alto e bom tom, para quem quisesse ouvir, que “os bolsonaristas eleitos para a Câmara eram um grupo bom de porrada”.
Pelo visto, mesmo diante dos atos de terrorismo do dia 8 de janeiro que destruíram as sedes dos três poderes em Brasília e de todo a coletânea de atos de violência que o bolsonarismo esparramou pelo país nos últimos anos, sobretudo em 2022, o ritmo ditado pela bancada de apoiadores do ex-presidente extremista será a da brutalidade habitual.