O deputado estadual Renato Freitas (PT) protocolou, nesta sexta-feira (8), no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), um pedido de cassação do mandato de Ademar Traiano (PSD), presidente da Casa.
O pedido ocorre dias depois de o g1 noticiar que Traiano confessou ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) ter pedido e recebido propina de Vicente Malucelli, empresário que tinha um contrato de prestação de serviço com a Assembleia Legislativa.
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Renato Freitas foi pra cima
Traiano moveu a representação contra Freitas uma semana após ser chamado de corrupto durante confusão na sessão plenária do dia 9 outubro de 2023.
Renato Freitas, então, teve que provar o que disse ao se defender perante o Conselho de Ética, pois poderia ter seu mandato cassado.
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O empresário Vicente Malucelli detalhou, então, em delação premiada, que um dos pagamentos de propina a Traiano aconteceu no gabinete da Presidência da Alep. Outro foi no hall do prédio onde o deputado mora.
O pedido de Renato destaca a confissão e solicita a instauração de um processo disciplinar.
"Tendo em vista a gravidade da conduta é de suma importância e necessidade a instauração de procedimento disciplinar para apurar os fatos ocorridos narrados nesta exordial, concluindo para a repressão da conduta do deputado estadual Ademar Traiano e a determinação de perda de seu mandato", afirma o documento.
Freitas afirma ainda, no documento, que Traiano descumpriu itens do Regimento Interno da Assembleia Legislativa, documento com as normas disciplinadoras da organização e do funcionamento da instituição.
O deputado cita o artigo 271, que considera como incompatível com o decoro parlamentar a prática de atos que infrinjam as regras de boa conduta nas dependências da Assembleia Legislativa do Paraná.
O mesmo artigo afirma que "o percebimento de vantagens indevidas, tais como doações, benefícios ou cortesias de empresas, grupos econômicos ou autoridades públicas" também vai contra a ética parlamentar.
"Não basta o descaso com a administração pública, tem-se também o descabimento de realização de ato ilícito dentro deste respeitável Parlamento. Há de se questionar como fica a memória do honorável edifício Tancredo Neves perante a sociedade paranaense quando aparece continuamente em reportagens televisivas mostrando que suborno são recebidos no seu interior ou anexos. É inegável o ato de quebra de decoro", afirma o pedido.
Durante pronunciamento na Assembleia, Renato Freitas, reiterou então o que havia dito antes. Que Traiano é, de fato, corrupto.
Veja o vídeo abaixo:
A delação
Vicente afirmou às autoridades na delação que, numa reunião na Assembleia Legislativa, em agosto de 2015, com Ademar Traiano e Plauto Miró, o presidente da Assembleia pediu R$ 300 mil. Na época, Miró exercia a função primeiro secretário da Casa.
Segundo Vicente, foi negociado pagamento de R$ 200 mil - R$ 100 mil para cada.