EXTREMISTAS

Marcos do Val é investigado pela PF por suspeitas de coordenar ataques contra Dino

Senador de extrema direita, conhecido por sua obsessão pela SWAT, é alvo de apuração que busca saber se foi ele quem divulgou celular do novo ministro do STF em grupo de radicais

Créditos: Reprodução/Facebook Marcos do Val
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A Polícia Federal está investigando o senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES) por suspeitas de que ele possa estar por trás de um ataque coordenado ao agora ministro do STF Flávio Dino, ocorrido antes da indicação do maranhense pelo presidente Lula para a corte mais alta do Judiciário brasileiro.

O episódio aconteceu nos dias 14 e 15 de maio deste ano, quando Dino passou a receber insultos e ofensas em seu número privado de WhatsApp. Os extremistas eram integrantes de um grupo no aplicativo e, segundo a desconfiança dos agentes federais, poderiam ter recebido o contato do ministro da Justiça e Segurança Pública das mãos parlamentar capixaba. Do Val nega que tenha vazado o número do celular de Dino e classifica o grupo de arruaceiros ultrarreacionários digitais de “jovens interessados em política”.

A PF intimou os autores dos ataques para prestar depoimento sobre o crime, sempre tentando identificar de onde teria vazado o número do ministro. Alguns dos depoentes citaram o nome de Marcos do Val, mas uma tese encampada pela defesa do senador diz que alguém teria se passado por ele no grupo batizado como “Grupo de Direita”.

No entanto, Do Val parece ter cometido uma gafe durante a sabatina de Dino no Senado, realizada na quarta-feira (13), ocasião em que foi aprovado para integrar o STF, ao mencionar um suposto “menor” que teria sido intimado pela PF por ter “criticado” o ministro. Ele entregou a cópia da intimação durante sua participação na sabatina, mas, de acordo com a PF, o autor dos ataques que foi intimado tem 21 anos.

Por conta desse novo fato, os federais reabriram então a investigação e agora devem encaminhá-la ao Supremo Tribunal Federal, já que Do Val tem prerrogativa de foro por ser senador da República.