Alexandre Ferreira Dias Santini ex-sócio do senador Flávio Bolsonaro (PL) em uma loja de chocolates da Kopenhagen que, segundo o Ministério Público do Rio (MP-RJ), foi aberta para lavar dinheiro, ameaça contar tudo:
“Se eu quiser, eu ponho o Flávio na cadeia. Com o que eu tenho na mão, ele vai preso. Sei tudo da vida dele”, afirma Santini.
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A lista de segredos é extensa e inclui desde mesadas para manter o silêncio de Fabrício Queiroz até indícios de tráfico de influência no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Desde o primeiro turno da campanha eleitoral do ano passado, os dois estão rompidos. Nem um nem outro explica os motivos da briga.
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Recados
Alexandre Santini mandou para Flávio no primeiro semestre deste ano, alguns recados cifrados pelas redes sociais. “Não adianta tentar escapar, tudo é questão de tempo, pois provas não faltam para seus inúmeros ‘crimes na política’ que vão te levar para a PRISÃO”, chegou a escrever o ex-sócio em um dos posts, sem citar o senador nominalmente.
Santini cobra do ex-sócio um valor milionário a título de “acerto de contas” e não diz abertamente tudo o que sabe. Além disso, ele se coloca como um homem-bomba, detentor de segredos que, assegura, podem explodir a carreira de Flávio Bolsonaro.
Nas últimas semanas, os advogados de Santini enviaram para o primogênito de Bolsonaro uma notificação extrajudicial.
No documento de três páginas, ao qual a coluna de Rodrigo Rangel no Metrópoles teve acesso, Santini afirma que ficou no prejuízo ao abrir com Flávio Bolsonaro a Bolsotini Chocolates e Café Ltda, razão social da loja de chocolates instalada no shopping Via Parque, na Barra da Tijuca.
Ele cobra de Flávio exatos R$ 1.473.344,46 que considera ter direito.
Flávio não respondeu à ação judicial e Santini fez mais um movimento rumo à judicialização da cobrança. No último dia 1º de novembro, protocolou na Justiça de Brasília uma reclamação pré-processual com os mesmos argumentos e listando os mesmos números. Até agora, não houve resultado.
Alexandre Santini afirma saber de transações em dinheiro vivo que incluem aquisições milionárias de imóveis feitas por Flávio, pagamentos de despesas pessoais com recursos de origem suspeita supostamente obtidos graças à influência do senador no governo federal durante o período em que o pai foi presidente e também como administrou o silêncio de Fabrício Queiroz durante o escândalo das rachadinhas.
Encontro no Senado
Ele conta que procurou o senador em seu gabinete, no Congresso Nacional, pouco antes do primeiro turno das eleições presidenciais do ano passado e apresentou a cobrança.
“Eu falei: olha, Flávio, está aqui a planilha que você me deve. Sempre trazendo para o valor presente… Todo o valor, sem ser ajustado, aqui você me deve 1,7 milhão. Tá aqui, olha. Ele sabe que é isso. Ele olhou e falou: ‘Tá bom’. ‘Eu falei: Tá, quando você pode pagar?’ ‘Agora eu não posso.’ ‘Tá bom.’ ‘Quando você vai me pagar?’ ‘Pensando bem, eu não vou te pagar, porque eu não te devo nada. Se quiser, procura a Justiça e você vai perder porque eu tenho poder’”, conta. “Olha quem você é e olha quem eu sou… Você vai perder tempo e dinheiro. Você vai se f.”, teria dito Flávio, ainda de acordo com os relatos de seu ex-sócio.
Foi depois dessa conversa que Santini começou a considerar a possibilidade de falar.
Com informações da coluna de Rodrigo Rangel no Metrópoles