Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal (PF), revelou que já chegou ao Brasil o primeiro lote de documentos com informações solicitadas ao governo dos EUA sobre a investigação do escândalo da venda de joias no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Os documentos foram encaminhados pelo Federal Bureau of Investigation (FBI) e confirmam o que foi dito na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.
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“Já começamos a receber as primeiras documentações e as primeiras informações que vão na esteira do que falávamos antes e vão corroborando aos depoimentos e a própria colaboração premiada que foram feitas, e isso robustece as nossas provas”, declarou Andrei Rodrigues, em entrevista à CNN Brasil.
O caso se trata da possível venda ilegal de joias que deveriam ser incorporadas ao acervo da Presidência. Porém, foram omitidas dos registros oficiais e colocadas no estoque pessoal de Bolsonaro para serem negociadas.
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Rodrigues disse, ainda, que o processo é lento e depende das autoridades centrais de Brasil e EUA. A colaboração do FBI tem por objetivo avançar nas investigações, depois que a PF acionou a agência estadunidense em agosto.
Em sua delação, Mauro Cid confessou que entregou parte do dinheiro da venda das joias a Bolsonaro. A PF já identificou movimentações financeiras ilegais.
“A delação é um caminho para se buscar provas. E há, sim, ali, caminhos. Há muita consistência, há muitos elementos já apontados, que nos permitem, confrontando com demais elementos já colhidos nos autos, identificar que de fato há consistência”, destacou Rodrigues.
"A investigação vai até o fim", promete Rodrigues
O diretor-geral da PF acrescentou que o fechamento da delação premiada pela corporação foi legítimo e que os agentes estão focados na qualidade das provas e na responsabilidade da operação.
“O que eu posso dizer é que a investigação vai até o fim. Nós não vamos parar enquanto a gente não desvendar, para cada uma das ações criminais, todos os autores que atuaram em todos os processos. Aqueles que, em alguma medida, têm participação serão responsabilizados”, ressaltou.
Ele afirmou, também, que a PF não se furtará de fazer “nenhuma operação” que a corporação policial tenha o “dever legal de fazer”. Rodrigues completou dizendo que, em um futuro próximo, todos os mencionados na delação premiada serão convocados para prestarem depoimento.