A deputada estadual catarinense Ana Caroline Campagnolo (PL), uma das figuras mais radicais do bolsonarismo, é a campeã disparada nos gastos públicos quando o assunto é viajar. Só neste ano de 2023, a parlamentar gastou praticamente um salário mínimo por dia com essa finalidade.
Do início do ano até o fim do mês de outubro, Ana Caroline gastou R$ 333 mil com diárias parlamentares, passagens aéreas e com assessores nesse tour. Desse total, R$ 104 mil foram pagos de forma direta à bolsonarista, conhecida por seu discurso inflamado de extrema direita.
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Como há um recesso no mês de janeiro para atividades parlamentar, o montante foi gasto em nove meses de mandato. Dividindo os valores, o que se descobre é que Ana Caroline usou R$ 1.222 do dinheiro público para cada dia do ano só viajando. O salário mínimo no Brasil, atualmente, é de R$ 1.320.
Apenas para a Argentina foram quatro viagens este ano, realizadas entre junho e outubro, sendo que numa delas a deputada radical recebeu R$ 13,3 mil do erário, para uma estadia de quatro dias. Não estão computados aí os valores destinados à passagem aérea e eventuais custos de assessores que tenham a acompanhado.
Cerca de 60 dias antes dessa viagem, Ana Caroline foi uma outra vez a Buenos Aires, ficando por lá de 1° a 4 de junho, e recebendo de reembolso R$ 10,3 mil. Só visitando a terra de nossos “hermanos” este ano o gabinete da extremista usou R$ 47,2 do dinheiro público.
O velho continente também foi destino da bolsonarista. Em “encontros” onde são debatidas as bobajadas ideológicas dos movimentos ultrarreacionários que crescem no mundo, Ana Caroline foi figura presente. No começo do ano ela gastou R$ 20,9 mil indo ao Leste Europeu com essa finalidade, além de mais R$ 12,8 mil na Suíça, “visitando e se reunindo com lideranças e entidades”.
Portugal e Espanha, dois países onde movimentos de extrema direita crescem assustadoramente, igualmente receberam a visita da bolsonarista, que em 10 dias de viagem gastou R$ 17,9 mil nesses eventos extremistas supostamente realizados na Península Ibérica.
Ana Caroline Campagnolo é “professora de História” e ganhou notoriedade em 2018 por defender o famigerado e fascista projeto “Escola Sem Partido”. Curiosamente, mesmo como defensora aguerrida da ideia de que nenhum professor pode falar nada e se manifestar em algum sentido ideologicamente nas escolas brasileiras, ela ia dar aula usando uma camiseta com o rosto e o nome do então presidente Jair Bolsonaro (PL), e tirava foto com a indumentária e alunos dentro da sala de aula.