LAWFARE

STF: ministros formam maioria para rejeitar denúncia da Lava Jato contra Gleisi Hoffmann

Até o momento, seis ministros concordaram em arquivar o processo, incluindo o "terrivelmente evangélico" André Mendonça, indicado por Bolsonaro.

Lula e Gleisi Hoffmann.Créditos: Ricardo Stuckert
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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para rejeitar uma denúncia de corrupção da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), neste domingo (19). O julgamento ocorre no plenário virtual até às 23h59 desta segunda-feira (20).

Até o momento, seis ministros concordaram em arquivar o processo: André Mendonça, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, o pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o relator do caso, Edson Fachin.

De acordo com Fachin, não há motivo para abrir ação penal contra Hoffmann. Ele alegou que 'há vácuos intransponíveis" na denúncia da PGR, a exemplo da falta de menção dos projetos da empreiteira Odebrecht que seriam contemplados a partir do repasse das propinas. 

Emerge da análise acurada deste procedimento criminal a constatação da insuficiência dos elementos indiciários colacionados pelo órgão acusatório para conferir justa causa à denúncia, revelando-se insuficientes a revelar a existência de materialidade e indícios da autoria delitiva.

A PGR abriu denúncia na Operação Lava Jato, em 2018, e acusou Gleisi Hoffman e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, por aceitarem receber, por esquema de caixa dois, a doação de R$ 5 milhões da Odebrecht para financiamento da campanha eleitoral ao governo do Paraná, em 2014.

Segundo o processo, foram recebidos R$ 3 milhões via caixa dois entre outubro e novembro de 2014, ano eleitoral. O valor seria pago para Hoffmann e Paulo Bernardo com o intuito de que o casal favorecesse a atuação em projetos de interesse da empreiteira.

Na época da denúncia, o Partido dos Trabalhadores se manifestou contrário ao caso: "A procuradoria, mais uma vez, está atuou de maneira irresponsável, formalizando denúncias sem provas, a partir de delações negociadas com criminosos em troca de benefícios".

Ainda neste ano, a PGR apresentou parecer contra o prosseguimento da denúncia sob a justificativa de que não havia justa causa para o andamento do processo. O STF acatou o pedido e leva em consideração durante o julgamento.