A pequena São Bento do Sapucaí (SP), estância climática de pouco mais de dez mil habitantes localizada na Serra da Mantiqueira, carrega uma mácula entre as suas inúmeras belezas naturais e seu povo extremamente acolhedor. É a terra natal de Plínio Salgado. O principal líder integralista, movimento inspirado no fascismo italiano, nasceu lá em 1895.
Não bastasse isso e, em junho deste ano, a prefeita da cidade, Ana Catarina (PP), sancionou lei aprovada na Câmara que batizou o portal da cidade com o nome de Salgado, morto em 1975.
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No início de setembro, vereadores contrários ao projeto convocaram uma audiência pública com o objetivo de debater o Projeto de Lei e revogar o nome do líder fascista do portal de acesso ao município.
Na última segunda-feira (30), durante votação de revogação do PL, o presidente da Frente Integralista Brasileira (FIB), Moisés José Lima – um extremista de direita que vira e mexe é visto pelas ruas de São Paulo com a camisa verde típica do movimento e fazendo o anuaê, gesto nazista com o braço erguido – esteve na cidade para defender a permanência do nome de Salgado no portal.
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Desrespeito e ofensas
Na ocasião, desrespeitou, fez gestos ofensivos e xingou moradores, entre eles representantes do coletivo Mãos Dadas. Uma das agredidas verbalmente por Moisés foi Rachel Balassiano, judia que relatou sobre a experiência negativa de sua família com Plinio Salgado.
No final das contas, o presidente da FIB teve o microfone arrancado das mãos e foi retirado do recinto pela Polícia Militar, enquanto moradores presentes à sessão davam as costas a ele. Diante do tumulto, a sessão foi encerrada e deverá ser retomada na tarde desta quarta-feira (1º). Segundo informações, representantes do integralismo que chegaram de São Paulo ainda permanecem na cidade para acompanhar o desfecho do caso.
Veja o vídeo abaixo: