RIO DE JANEIRO

Braga Netto, que comandou segurança do RJ no assassinato de Marielle, alfineta Flávio Dino

Pré-candidato de Bolsonaro à Prefeitura do Rio, o militar aproveitou a tragédia do assassinato dos três médicos para fazer campanha antecipada nas redes sociais.

Créditos: Pedro Ladeira/Folhapress
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Comandante da intervenção militar decretada por Michel Temer (MDB) na segurança pública do Rio de Janeiro em 2018, antes de entrar para a reserva e para a política, o general Walter Braga Netto alfinetou o ministro da Justiça Flávio Dino ao comentar o assassinato dos médicos em um quiosque na Barra da Tijuca na madrugada desta quinta-feira.

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O militar, que estava à frente das forças de segurança durante o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes - até hoje não esclarecido -, se disse "consternado" com o crime e disse conhecer "o comprometimento do governo do estado e dos profissionais de segurança pública do Rio para conduzir a investigação de forma efetiva e transparente".

Em seguida, Braga Netto alfinetou Dino e o governo Lula e o que classificou como "medidas precipitadas e paliativas" na segurança pública.

"É imperativo voltar a tratar da questão de segurança pública como prioridade nacional e com a seriedade que merece, descartando medidas precipitadas e paliativas, implementando ações duradouras para garantir a proteção de todos os cidadãos cariocas", escreveu.

Pré-candidato a prefeito do Rio, Braga Netto finalizou ensaiando um bordão para a campanha: "é nosso dever coletivo trabalhar incansavelmente para alcançar um Rio de Janeiro e um Brasil mais seguros".

Evitando aparições e declarações públicas, Braga Netto está no centro das investigações sobre a contratação de uma empresa dos EUA para a aquisição de 9.360 coletes balísticos em 2018 pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro.

A ação da Polícia Federal (PF), provocada por cooperação internacional com a Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations, a HSI), expõe a relação de Braga Netto, que assinou pessoalmente a dispensa de licitação no valor de 9 milhões de dólares, com a CTU Security LLC, empresa estadunidense que atuou diretamente no assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse em julho de 2021.

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