A deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ) denunciou “racismo algorítmico” na nova trend da Disney Pixar, ao pedir a animação de uma mulher negra na favela e a Inteligência Artificial produzir uma imagem da personagem com arma na mão. “Não pode uma mulher negra, cria da favela, estar num espaço que não da violência?”, questionou a parlamentar.
“Ao criar uma arte inspirada nos pôsteres da Disney, me deparei com uma imagem gerada a partir de Inteligência Artificial que me retratava como uma mulher negra com uma arma na mão. A descrição pedida era de uma mulher negra, de cabelos afro, com roupas de estampa africana num cenário de favela. E essa foi a imagem gerada. Não pode uma mulher negra, cria da favela, estar num espaço que não da violência? O que leva essa 'desinteligência artificial' a associar o meu corpo, a minha identidade, com uma arma?", postou.
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Racismo algorítmico
"Em um mundo forjado pela branquitude, que tem o domínio sobre as tecnologias, a reprodução da estrutura racista se dá em todos os espaços e ferramentas”, afirmou a deputada.
Renata Souza é presidenta da CPI do Reconhecimento Fotográfico na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que analisa o processo de encarceramento da população negra com base no reconhecimento facial, muitas dessas pessoas inocentes. “Não há isenção ou imparcialidade, é claramente racismo algorítmico”, diz na postagem.
“O imaginário de violência nas favelas e de criminalização de corpos e territórios negros também está presente em tecnologias, o que coloca em risco a segurança de pessoas negras. É preciso rever essas tecnologias e procedimentos.”