JUSTIÇA ELEITORAL

Bolsonaro pode perder um dos aliados mais radicais no Senado - e Jair Renan o emprego

Jorge Seif Jr, que emprega o filho "04" do presidente em escritório de Balneário Camboriu, será julgado por abuso de poder econômico. Ele recebeu ajuda do véio da Havan, que disponibilizou lojas para a campanha em 2022.

Jair Bolsonaro e Luciano Hang, o véio da Havan, em campanha com Seif Jr..Créditos: Instagram / Jorge Seif Jr.
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Jair Bolsonaro (PL) pode perder a partir desta quinta-feira (26) um dos aliados mais radicais no Senado Federal. 

Alvo de ação do PSD, o ex-secretário da Pesca Jorge Seif Jr. (PL-SC) começa a ser julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) e pode perder o mandato.

Bajulador contumaz do ex-presidente, Seif Jr. emprega o filho 04 de Bolsonaro, Jair Renan Bolsonaro, em escritório de seu mandato localizado em Balneário Camboriú, um dos principais destinos de férias do litoral catarinense. Em abril, Seif Jr. teve um caminhão da empresa de pescados da família apreendido com 322 quilos de maconha.

O senador é alvo de uma ação movida pelo PSD por suposto abuso de poder econômico. O partido do ex-governador Raimundo Colombo diz que Seif usou toda a estrutura da rede de lojas Havan e que o empresário Luciano Hang foi um grande cabo eleitoral do senador.

Mesmo com as contas bloqueadas à época, o véio da Havan teria doado cerca de R$ 300 mil a Seif Jr. Além disso, Hang teria usado o mailing e e-mail corporativo da rede de lojas para enviar "santinhos" do candidato bolsoanrista.

A legislação proíbe doações e contribuições de empresas, que se enquadra em abuso do poder econômico, um crime eleitoral.

O PSD ainda teria apresentado na ação relatórios de voos do helicóptero de Luciano Hang, material que serviu de propaganda e imagens do empresário pedindo voto para o senador.

Caso seja condenado, Seif Jr. e o suplente, Adrian Censi, perdem o mandato e podem ficar inelegíveis por oito anos. No entanto, eles poderão recorrer da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

De acordo com a legislação eleitoral, Raimundo Colombo assumiria o mandato até a convocação de novas eleições no Estado.