Carlos Bolsonaro, o filho mais estridente e verborrágico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), saiu do Brasil rumo aos EUA em 23 de dezembro do ano passado, num voo da companhia Delta que ia para Atlanta, na Geórgia, uma semana antes do pai, que embarcou para Orlando, na Flórida, antes mesmo de acabar seu mandato. Os dois seguem no exterior e nem dão sinais de que voltarão ao país.
No entanto, a saída à francesa de Carluxo, como é chamado o rebento 02, teve um episódio que pode ser visto como um misto de paranoia total com medo extremo. O papelão foi revelado pela coluna do jornalista Daniel Haidar, do portal Terra.
Nos dias que antecederam a ida de Carlos a Atlanta, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, à época comandado pelo general Augusto Heleno, enviou um ofício à concessionária que administra o Aeroporto do Galeão, no Rio, que obviamente o reportou à Polícia Federal, com um pedido pouco usual e bastante ‘ousado’. O GSI é responsável pela segurança do presidente, do vice-presidente e de seus parentes mais próximos e o próprio Carluxo sempre gostou de usar os serviços, sendo visto frequentemente rodeado pelos guarda-costas do órgão.
Só que, por “questão de segurança”, o filho de Bolsonaro queria entrar na área de embarque do maior aeroporto do Rio de Janeiro, local onde só ingressam as pessoas com bilhete e que entrarão em aviões para viajar, acompanhado de um sargento do Exército que o protegia.
A paranoia e o medo para tal pedido já seriam um absurdo, mas o pior é que Carlos não queria só a entrada do militar do GSI, pedindo ainda que ele ingressasse no local portando sua arma, uma pistola automática. Ninguém, absolutamente ninguém, entra armado na área de embarque dos aeroportos em local nenhum do planeta, exceto os agentes de segurança pública que trabalham nesses locais, como os policiais federais lotados num determinado aeroporto, no caso do Brasil. Muitas vezes, até os policiais que circulam nesses perímetros, em meio às pessoas, estão desarmados.
“Conforme análises de risco e planejamentos de segurança realizados, se faz necessário o ingresso do agente de segurança pessoal nos saguões de embarque e desembarque dos aeroportos”, diz o trecho do ofício, que mais abaixo mencionaria a necessidade do ingresso do militar com sua arma.
A concessionária e a Polícia Federal, naturalmente, negaram a entrada do agente do GSI armado, mas ainda assim deixaram que o tal militar, sem a pistola, acompanhasse Carlos Bolsonaro no saguão onde passageiros esperam seus voos.