Mesmo após os ataques terroristas dos extremistas bolsonaristas às sedes dos três poderes e das descobertas escabrosas do genocídio Yanomami em Roraima e a farra com o dinheiro público por meio dos cartões corporativos da Presidência da República, para não falar da minuta golpista que pretendia implodir a democracia no país, o clã Bolsonaro segue com sua arrogância e reverberando a realidade paralela que implantou nas hostes de lunáticos que veneram o ex-mandatário brasileiro que fugiu para os EUA antes mesmo de seu mandato acabar.
Um exemplo disso é a declaração do primogênito do radical, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que neste sábado parece ter sinalizado que saído do pai do território brasileiro pode ser mesmo uma fuga, uma vez que cogitou a hipótese dele nunca mais voltar.
“Não tem previsão, ele que sabe. Pode ser amanhã, daqui seis meses, pode não voltar nunca. Não sei. Você nunca tirou férias, não?”, perguntou Flávio. “Ele está desopilando. O cara passou quatro anos tomando porrada, fazendo o melhor pelo Brasil. O cara merece, por tudo que ele fez ao Brasil, estar lá desopilando”, respondeu o parlamentar fluminense, com a prepotência habitual da família no trato com a imprensa.
Situação humilhante e solidão
O tempo passa e se transforma o principal inimigo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que após empreender uma fuga desesperada para os EUA, antes mesmo de terminar seu mandato, agora precisa definir como prosseguirá com sua escapada da Justiça brasileira. Ainda que não tenha se tornado réu oficialmente no país, o líder de extrema direita sabe que isso é só uma questão de tempo, tendo em vista a gama infinita de absurdos, crimes e ilegalidades cometidas enquanto esteve ocupando o Palácio do Planalto.
Diante do cenário que em nada o favorece, Bolsonaro essa semana fez um pedido humilhante ao ex-lutador de MMA José Aldo, o dono da mansão de Orlando, na Flórida, emprestada ao ex-mandatário extremista para que ele saísse de cena na passagem de governo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação é de uma reportagem da Folha de S.Paulo.
Prestes a completar um mês no luxuoso imóvel, onde passa a maior parte do tempo trancado e com as janelas e cortinas fechadas, Bolsonaro pediu a Aldo para seguir na casa até depois do carnaval, cuja quarta-feira de cinzas cai em 22 de fevereiro. Levando um prejuízo de mais de 500 dólares por dia, que é o valor do aluguel diário de uma mansão do tipo naquele condomínio, o ex-lutador está numa posição incômoda e a resposta não teria sido dada até agora.
Isolado e procurando lamber as feridas com o conforto levado pelos brasileiros endinheirados que vivem nos arredores da luxuosa região de Orlando onde está instalado, que vão até a porta da mansão para gritar “mito” e dizer que o caótico extremista “foi o melhor presidente da história”, Bolsonaro viu primeiro a filha mais nova, Laura, precisar voltar ao Brasil para prosseguir com a vida escolar. Depois, foi a vez de Michelle, sua esposa, que desembarcou em Brasília na quinta-feira (27), ainda que o motivo para isso não tenha ficado claro.