Entre este domingo (1) e esta segunda-feira (2), alguns postos de combustíveis pelo país aumentaram bruscamente o preço da gasolina. Em Brasília, por exemplo, o litro do derivado do petróleo estava sendo vendido em um local a R$ 6,30, sendo que nos dias anteriores o preço variava, a depender do posto, entre R$ 4,90 e R$ 6,00.
A elevação no valor da gasolina coincidiu com os primeiros dias do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), inclusive, chegou a fazer relação entre os dois fatos nas redes sociais. "Faz o L. Já já vem a inflação e as maletas rodando por aí", escreveu o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro ao divulgar uma notícia sobre o aumento do preço do combustível.
Acontece que o governo Lula não impôs nenhum tipo de aumento ao preço da gasolina. Pelo contrário. Em medida provisória publicada na edição desta segunda-feira (2) do Diário Oficial da União (DOU), o novo presidente manteve zerados o PIS/Pasep e a Cofins sobre a gasolina, o óleo diesel e o gás até dezembro de 2023.
Isso mostra que o aumento no preço da gasolina em alguns postos foi uma ação deliberada e, por isso, o ministro da Justiça, Flávio Dino, mandou investigar.
“Já orientei o Wadih para verificar os aumentos irrazoáveis, imoderados, dos combustíveis que vemos hoje, uma vez que não há razão objetiva”, afirmou Dino, se referindo a Wadih Damous, novo Secretário Nacional do Consumidor. “Não houve aumento na Petrobras e não há base empírica para que haja essa descoordenação em relação a preços”, prosseguiu o ministro.
Damous, por sua vez, já notificou os estabelecimentos e fala em "ação orquestrada". "Inaceitável e inexplicável a alta da gasolina pois não houve aumento no preço internacional do barril de petróleo e a isenção de tributos federais sobre os combustíveis foi renovada. Como Secretário Nacional do Consumidor já mandei notificar esses postos. Parece coisa orquestrada", escreveu.