Um morador de Catalão, em Goiás, identificou o homem que quebrou o relógio trazido ao Brasil em 1808 por Dom João VI, que estava em exposição no Palácio do Planalto. A destruição ocorreu em meio ao ataque terrorista no dia 8 de janeiro, quando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Planalto, o Congresso e o edíficio-sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
Imagens divulgadas pelo Fantástico, da TV Globo, no domingo (15) mostram o homem, que estava com uma camiseta com o rosto de Bolsonaro estampado, puxando o relógio de uma mesa, atirando-o ao chão. Em seguida, o terrorista desaparece e volta com um extintor, que ele usa para tentar destruir por três vezes a câmera de segurança que flagrou a cena.
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O homem foi identificado em um grupo de WhatsApp como Claudio - "Claudinho" - e já teria passagem pela polícia por roubo.
"O nome dele é Claudio, chamam de Claudinho, foi meu vizinho na Vila Cruzeiro, já foi preso por roubo. É perigoso, perigosíssimo”, disse o denunciante, segundo reportagem divulgada pelo site Goiás 24 horas.
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Essa é a primeira pista para identificar o terrorista que causou um prejuízo incalculável à História do Brasil.
Segundo o curador dos acervos do Palácio do Planalto e do Palácio do Alvorada, Rogério Carvalho, o relógio, exposto no terceiro andar do Palácio do Planalto, pode ter sido um presente do rei da França Luís XIV ou uma compra da corte portuguesa.
A peça foi desenhada por André-Charles Boulle e fabricada pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot no final do século 17. Ele foi restaurado em 2012, após ter sido resgatado de um depósito do governo federal.
Essa é uma das duas peças do relojoeiro francês Balthazar Martinot existentes. A outra está exposta no Palácio de Versalhes, na França, no quarto de Maria Antonieta, e tem metade do tamanho do relógio destruído.
"A caixa é feita em casco de tartaruga e essa caixa foi jogada ao chão e ficou muito quebrada. O bronze que estava aderido à parte da tartaruga desconectou-se, a escultura que encimava o relógio foi partida, o vidro foi quebrado, a caixa com a assinatura do Martinot foi desconectada e a máquina foi atirada ao chão com tanta força que um ponteiro sumiu", disse Carvalho ao jornal Correio Braziliense.
Ele acredita que a restauração da peça seja muito difícil. "Acho pouco provável que no Brasil alguém faça. Já há movimentação de várias pessoas se oferecendo para a restauração", opina o curador, revelando que a relojoaria suíça Piguet, uma das maiores do mundo, enviou uma carta ao Planalto se oferecendo para a missão.