TRANSPARÊNCIA

Cartão Corporativo: Portal da Transparência atualiza quanto Bolsonaro gastou e valor é astronômico

Ex-presidente gastou quase o triplo do que havia sido divulgado em 6 de janeiro; Especialista explica diferença para levantamento anterior

Bolsonaro durante 'motociata'.Cartão Corporativo: Portal da Transparência atualiza quanto Bolsonaro gastou e valor é astronômicoCréditos: Alan Santos/PR
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De acordo com dados atualizados do Portal da Transparência divulgados nesta terça-feira (17) os gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no cartão corporativo foram quase três vezes maiores do que os divulgados no último dia 6 de janeiro pelo atual governo. Ao invés dos R$ 27,6 milhões divulgados há onze dias, a presidência gastou mais de R$ 75 milhões.

Só o ano de 2022, apontado como período em que foram gastos R$ 4,9 milhões, chega próximo da cifra total divulgada anteriormente. De acordo com a atualização, no ano passado foram gastos R$ 22,8 milhões. E ao contrário da desculpa dada por Bolsonaro, de que os gastos teriam aumentado na pandemia, os anos de 2020 e 2021 apresentaram números menos do que em 2018 e 2022.

As informações são do jornalista Luiz Fernando Toledo da agência Fiquem Sabendo. Após pedir as informações via Lei de Acesso à Informação, o Portal da Transparência as atualizou. O jornalista explica que a diferença se dá por conta de que nas planilhas divulgadas em 6 de janeiro os dados não são discriminados, ao contrário da presente atualização.

Nos dados anteriores, não se sabe exatamente se os gastos correspondem unicamente ao presidente ou se dizem respeito a comitivas, equipes de segurança, ou mesmo órgãos da presidência. Já no Portal da Transparência é possível encontrar cada gasto devidamente discriminado. “Não está esclarecido o que significam esses dados que divulgaram em 6 de janeiro. Será que é só um pedaço? Falta atualizar, incluir os dados de viagens internacionais e especificar a quais órgãos se refere”, resumiu Toledo em entrevista para o Uol.

Alguns gastos de viagens internacionais podem permanecer em sigilo por conta do país visitado, ou ainda pelo próprio Itamaraty que impôs um sigilo de cinco anos sobre detalhes da viagem de Bolsonaro à Rússia, por exemplo. Há também um impedimento legal para a inclusão de dados do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Para o jornalista, os dados atualizados precisam ser tomados como referência pela riqueza de detalhes que oferecem, incluindo os próprios estabelecimentos em que o cartão corporativo foi usado. O único elemento não divulgado é a nota fiscal da compra, o que dificulta a descoberta daquilo que foi efetivamente comprado. No entanto, já é sabido publicamente que os gastos do ex-presidente aumentavam em épocas de manifestações políticas junto de seus apoiadores.