Roberto Henrique de Souza Júnior, de 52 anos, subtenente do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, foi preso pela Polícia Federal (PF), nesta segunda-feira (16). Lotado em Guarus, no Norte Fluminense, ele é suspeito de organizar e financiar os atos terroristas no dia 8 de janeiro, em Brasília.
O bombeiro bolsonarista, que está há 33 anos na corporação, foi preso em casa, em Campos de Goytacazes.
A prisão foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros. A corporação destacou que ele será encaminhado ao Grupamento Especial Prisional (GEP), em São Cristóvão, na zona norte do Rio, onde ficará à disposição da Justiça.
O secretário de Defesa Civil e comandante da corporação no RJ, Leandro Monteiro, divulgou uma nota: “O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro repudia veementemente quaisquer atos que ameacem o Estado Democrático de Direito. Será instaurado, ainda hoje, um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a participação do bombeiro da corporação em ataques contra o patrimônio público e em associações criminosas visando à incitação contra os Poderes institucionais estabelecidos, o que é inadmissível”.
Também em nota, o Corpo de Bombeiros disse que “acompanha de perto a operação da Polícia Federal e segue ao dispor das autoridades para colaborar nas investigações”.
Com o nome de Júnior Bombeiro, o subtenente foi candidato a deputado federal nas eleições de 2018 pelo Patriota, partido ligado à base de Jair Bolsonaro (PL). Recebeu apenas 1.260 votos e não foi eleito.
Em agosto de 2022, foi condenado pela Justiça Eleitoral por mau uso do fundo partidário. Conforme o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, o então candidato não prestou contas de campanha, motivo pelo qual foi obrigado a devolver R$ 4 mil, e acordo com o G1.
Mandados de prisão e de busca e apreensão
A PF cumpre, nesta segunda, cinco mandados de busca e apreensão, além de três de prisão temporária. Dois suspeitos não foram localizados. Os nomes dos outros alvos estão sob sigilo.
A Operação Ulysses investiga: lideranças que bloquearam rodovias que passam por Campos dos Goytacazes; quem organizou as manifestações em frente aos quartéis do Exército na cidade; se os investigados participaram na organização e financiamento dos atos terroristas no dia 8 de janeiro, em Brasília.