Preso desde a última terça-feira (10) e acusado de conivência com os ataques bolsonaristas a Brasília, o ex-comandante da PM do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira passou por audiência de custódia na qual contrariou informações dos órgãos de inteligência e afirmou, em depoimento, que “tudo apontava para um ato pacífico” em 8 de janeiro.
O ex-comandante também negou uma suposta conduta conivente com os atos bolsonaristas, conforme a acusação que o levou preso. “Não houve facilitação da nossa parte”, afirmou.
As declarações causam estranheza uma vez que entram em contradição com ofício enviado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, hoje afastado, às vésperas dos ataques. O informe de Dino apontou que a Polícia Federal havia identificado uma “intensa movimentação” de caravanas de ônibus bolsonaristas em direção a Brasília. Dino ainda colocou que a intenção dos manifestantes seria a de “promover ações hostis e danos contra os prédios dos Três Poderes”.
Vieira teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que assinalou “fortes indícios de conivência” com os ataques. O despacho foi o mesmo que pediu a prisão de Anderson Torres. O coronel, assim como Torres, ainda deve prestar novo depoimento durante a semana que entra.
*Com informações da Folha.