IRONIA DO DESTINO

GLO: Prefixo de voo com Anderson Torres tem iniciais de medida pedida por golpistas

Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Torres chega ao Brasil na manhã deste sábado e será preso por conivência com atos de terroristas que pediam a intervenção militar para Garantia da Lei e da Ordem. Siga o voo ao vivo.

Anderson Torres, de boné, embarca em Miami sob escolta policial.Créditos: Reprodução/TV Globo
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Em mais uma ironia do destino, o voo que partiu de Miami às 21h30 desta sexta-feira (13) com o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, rumo à Brasília, onde será preso tem como iniciais a sigla de uma medida implorada por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) para dar um golpe de estado.

VEJA VÍDEO: Anderson Torres embarca nos EUA para ser preso no Brasil

O voo da empresa aérea Gol, que chegou no Aeroporto Internacional de Brasília às 7h28 deste sábado (14), é identificado com o prefixo GLO7749.

GLO é a sigla para Garantia da Lei e da Ordem, uma medida invocada durante a Ditadura Militar e pedida pelos golpistas que provocaram atos terroristas em Brasília para tentar derrubar o governo Lula e alçar Bolsonaro de volta ao poder.

O objetivo dos golpistas era provocar o caos para que fosse decretada a GLO e, consequentemente, a intervenção militar no país.

Torres decidiu interromper suas "férias" na Flórida após ordem de prisão emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Omissão do sobrenome

Ele é acusado de conivência com o ataque terrorista promovido por apoiadores de Jair Bolsonaro contra as sedes dos Três Poderes em Brasília, já que, naquele dia, estava no cargo de secretário de Segurança Pública do DF e, portanto, era sua a responsabilidade de coordenar a ação policial para impedir o levante golpista. 

Na manhã desta sexta-feira (13), o ministro da Justiça, Flávio Dino, deu um ultimato: caso Torres não se apresentasse até segunda-feira (16), o governo daria início a um processo de extradição. O anúncio de Dino foi feito um dia após a PF divulgar que encontrou, em operação de busca e apreensão na casa do ex-ministro, uma minuta de decreto, de quando ele era titular da Justiça do governo Bolsonaro, para encampar um golpe e anular o resultado da eleição vencida pelo presidente Lula. 

Ao comprar a passagem aérea, o ex-secretário omitiu o sobrenome "Torres" para que ninguém soubesse que ele está retornando ao país e, assim, não criar alarde durante o desembarque.