TERRORISMO EM BRASÍLIA

Dino e Randolfe comentam prisão de Anderson Torres

Bolsonarista passou por audiência de custódia e deve prestar depoimento na próxima semana

Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública.Dino e Randolfe comentam prisão de Anderson TorresCréditos: Valter Campanato/Agência Brasil
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Horas depois de ser preso na manhã deste sábado (14), em Brasília, logo que chegou ao Brasil, o ex-ministro de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, passou por audiência de custódia que o manteve preso no 4 º Batalhão da Polícia Militar. Após a audiência o atual titular da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou a prisão do bolsonarista que deve prestar depoimento à PF ainda nessa semana.

“Os antecedentes de Torres eram muito ruins. Então, o que eu posso afirmar é que, no mínimo, houve um erro político do governador Ibaneis. Isso é crime? Eu não sei, não posso antecipar a investigação”, afirmou para jornalistas da GloboNews.

Como antecedentes,  Dino listou os bloqueios de estradas por bolsonaristas com aparente colaboração da Polícia Rodoviária Federal, as investigações sobre institutos de pesquisa pedidas por órgão do Ministério da Justiça de Torres e uma tentativa de uso político da Polícia Federal que, na sua opinião, se expressou na inércia apresentada no episódio da bomba colocada por um bolsonarista em caminhão de combustível, que iria ao aeroporto de Brasília.

Mas as críticas não ficaram restritas a Torres. O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que agora busca livrar-se das acusações de conivência com o terror bolsonarista tentando provar a culpa exclusiva de Torres pelos ataques a Brasília, também foi criticado. Dino apontou que ao contrário de Ibaneis, outros governadores que fazem oposição a Lula também foram contatados e colaboraram para encerrar os ataques.

Como exemplos Dino apontou os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, estados nos quais a polícia militar teria sido ágil em dispersar manifestações bolsonaristas locais.

Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Senado, afirmou que a prisão de Anderson Torres seria um “recado” a todos que nos últimos anos “desrespeitaram as leis e conspiraram contra o Brasil”.

Ainda não há confirmações se Anderson Torres permanecerá preso no 4 º Batalhão da Polícia Militar ou se irá para um presídio. No entanto, já se sabe que o seu depoimento deve ser colhido na próxima semana pela Polícia Federal.

As principais questões que ele terá de responder devem constar a ‘minuta do golpe’ encontrada em sua casa pela PF e que previa interferência de Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral, além, é claro, da suposta omissão e conivência com os ataques à Brasília no último final de semana. Isto inclui as acusações de que as mudanças no DF proporcionadas por Torres após a posse de Lula (PT) em primeiro de janeiro tenham causado uma desestruturação na segurança local, e a viagem aos EUA realizada logo em seguida a esses acontecimentos.

*Com informações do G1, Metrópoles, Uol e O Globo.