SIGILO QUEBRADO

Cartão Corporativo: Deputado dá invertida na Jovem Pan por fake news de que Bolsonaro gastou menos que Lula

Quebra de sigilo de 100 anos revela que Bolsonaro foi o presidente que mais gastou com cartão corporativo desde 2003, quando Lula deu transparência aos gastos do governo.

Lula e Jair Bolsonaro.Créditos: Ricardo Stuckert (Flickr @LulaOficial) e José Dias (Flickr @palaciodoplanalto)
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O deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) deu uma invertida na rede de rádio Jovem Pan News, emissora alinhada à ultradireita radical, que divulgou uma mentira sobre dados do cartão corporativo de Jair Bolsonaro, que foram tornados públicos nesta semana pelo governo Lula.

Na reportagem, a Jovem Pan diz que "em valores corrigidos pela inflação, ex-presidente gastou R$ 32,6 milhões entre 2019 e 2022, valor inferior aos R$ 59 milhões e R$ 49,7 milhões dos dois primeiros mandatos petistas, respectivamente".

"Agora contem que o cartão corporativo nos governos Lula e Dilma englobava TODOS os 35 ministérios e com o miliciano Bolsoladrão são apenas gastos do GABINETE DA PRESIDÊNCIA", tuitou o deputado.

"Que vocês não têm vergonha o Brasil já sabe. Mas tenham ao menos a dignidade de dizer a verdade", emendou Santana.

A Jovem Pan replicou dados divulgados em dezembro pelo governo Jair Bolsonaro (PL), que não abriu os gastos apenas do gabinete presidencial. 

O valor foi comparado com os gastos dos cartões corporativos de todos os ministérios no primeiro e segundo mandatos de Lula.

Na planilha divulgada nesta semana, que englobam apenas os gastos da Presidência, o ex-presidente soma no mínimo R$ 27,6 milhões em gastos no cartão corporativo até o dia 19 de dezembro de 2022.

O valor   faz de Bolsonaro o presidente que mais gastou com o cartão corporativo em quatro anos de governo.

Com dados corrigidos, Lula gastou R$ 22 milhões tanto no primeiro, quanto no segundo mandato. Dilma Rousseff (PT) usou R$ 24,5 milhões em seu primeiro mandato. No segundo mandato, quando Michel Temer deu o golpe, os gastos do governo com o cartão totalizaram R$ 18 milhões. Antes do primeiro governo Lula os dados eram sigilosos.