Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), além de estar na iminência de ser preso, deve ser expulso dos quadros da Polícia Federal (PF). Ele, que continua nos Estados Unidos, é acusado de facilitar os atos terroristas em Brasília, no dia 8 de janeiro.
Além disso, em cumprimento de mandado de busca e apreensão, agentes da PF encontraram, em sua casa, uma minuta de decreto para o então presidente Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo era reverter o resultado da eleição vencida pelo presidente Lula (PT).
Delegados da cúpula da PF já dão como certo que, além de preso, Torres será expulso da corporação, por causa da omissão diante dos atos golpistas.
Eles acreditam que, depois do avanço das investigações, Torres, que é delegado de carreira da PF desde 2003, será alvo de processo administrativo interno, que determinará sua exoneração definitiva da corporação, de acordo com a coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles.
Em minuta, Bolsonaro diz que resultado da eleição representa “grave ameaça à ordem pública”
A minuta encontrada na residência de Anderson Torres pela PF mostra que o ex-ministro da Justiça e Bolsonaro agiam em consonância com os golpistas que protagonizaram atos de terror em Brasília, com o objetivo de que fosse decretada uma intervenção militar para tomada do poder.
Íntegra da minuta divulgada pela Folha de S.Paulo, nesta sexta-feira (13), mostra que Torres e Bolsonaro usam como justificativa para decretar o Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os resultados das eleições presidenciais que, segundo eles, "representam grave ameaça à ordem pública e a paz social".