Que a “plebe” bolsonarista é chegada numa realidade paralela e se entope de mentiras e bizarrices, isso todo mundo já sabe. No entanto, uma imagem captada por um fotógrafo do jornal Folha de S.Paulo da tela do celular do senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL), papeando com outros ex-ministros sobre os ataques terroristas promovidos por extremistas fanáticos por seu antigo chefe, mostra que, ao que tudo indica, a “alta cúpula” do bolsonarismo dentro da Esplanada dos Ministérios também gosta de se retroalimentar com os absurdos despejados para o chamado “gado”.
No diálogo, pelo aplicativo WhatsApp, Queiroga faz um textão para enaltecer “os grandes feitos de Bolsonaro como presidente” e a “situação econômica incrível”, segundo ele, deixada por Bolsonaro. Paulo Guedes, o ex-ministro da Economia, concorda e diz “sim”. O curioso é que Jair Bolsonaro empurrou o país para a pior crise socioeconômica de sua história, tendo a inflação e o desemprego batido recordes no decorrer de seu mandato e desembocando o Brasil num mar de miséria no fim de 2022, com mais de 33 milhões de pessoas na miséria e 156 milhões em situação de insegurança alimentar, o que representa mais da metade da população nacional.
“Não houve a percepção do que foi feito no país. Ter esses resultados econômicos durante um colapso no país decorrente da pandemia é um milagre. Agora, tudo o que foi feito vai por água abaixo pela ação de um grupo de radicais. O governo lulopetista havia cometido vários erros na primeira semana, mas a ação desses vândalos acaba por ajudar o governo”, diz a mensagem de Queiroga que é respondida com o “sim” de Guedes.
Curioso notar que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha uma semana quando os atos terroristas de bolsonaristas ocorreram em Brasília, uma fração de tempo tão pequena que sequer possibilita avaliar qualquer tipo de acerto ou erro. No entanto, para Queiroga, os sete dias seriam suficientes para colocar o desastroso e caótico governo de Bolsonaro como um “contraponto” ao atual.
Veja a imagem na reportagem da Folha de S.Paulo clicando aqui.