A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta quinta-feira (12) para que haja a abertura de um inquérito visando investigar os ‘autores intelectuais’ dos ataques terroristas às sedes dos Três Poderes ocorridos no último domingo (8) em Brasília.
O pedido não está citando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), até porque trata-se de autores ‘intelectuais’, o que obviamente não é o caso. A ideia da PGR, em troca, é que sejam investigados todos os comunicadores público que fizeram ataques às urnas, insinuações à supostas fraudes eleitorais, deslegitimação do processo eleitoral e ataques ao Supremo. “Mesmo estando no exterior”, destaca o pedido. O destaque nos lembra que um dos maiores ideólogos do bolsonarismo é o autointitulado filósofo Olavo de Carvalho, morto em 2022 nos EUA, onde vivia há décadas oferecendo seus cursos para pessoas como os ex-ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Ernesto Araújo (Relações Internacionais).
Para a PGR, as manifestações tiveram o objetivo de derrubar os Poderes Constitucionais e abolir o Estado Democrático de Direito, e que, por isso, os formuladores de narrativas políticas que desembocaram no episódio devem ser investigados. De acordo com o documento, os ‘autores intelectuais' seriam aqueles que “propagaram teorias golpistas e promoveram mobilização de massa violenta”.
Cabe agora à ministra Rosa Weber, ou a outro ministro do STF caso a presidente repasse a tarefa, decidir se abre ou não o inquérito. A PGR ainda quer uma determinação do STF para que as redes sociais Facebook, TikTok, Instagram e Twitter indiquem perfis de usuários reconhecidamente difusores de teorias golpistas.