A Advocacia-Geral da União (AGU) já identificou mais de 100 empresas suspeitas de terem financiado os atos terroristas protagonizados por golpistas apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), domingo (8), em Brasília.
O dinheiro dessas empresas privadas foi utilizado para bancar os ônibus que transportaram os terroristas e mantê-los acampados em frente ao Quartel-General do Exército na articulação da tentativa de golpe de Estado.
O próximo passo da AGU será dado nesta terça-feira (10), ao apresentar o primeiro lote de ações contra esses grupos privados. São medidas cautelares junto à Justiça no Distrito Federal para que os bens em nome das empresas sejam bloqueados.
Um dos objetivos das ações do órgão é utilizar esses recursos privados para cobrir o prejuízo pelo dano ao patrimônio causado por golpistas em Brasília, de acordo com o G1.
As mais de 100 empresas identificadas atuam em vários estados, a maioria com sede no Mato Grosso e em Santa Catarina.
Flávio Dino, ministro da Justiça, declarou, nesta segunda (9), que a Polícia Federal PF) já identificou financiadores dos atos em dez estados diferentes. Dino afirmou que muitas empresas são ligadas ao agronegócio.
Frente Ampla Democrática pelos DH também pede bloqueio de bens dos investigados
O grupo de advogados que integra a Frente Ampla Democrática pelos Direitos Humanos (FADDH) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) ação solicitando, com urgência, o bloqueio de bens de todos os investigados pelos ataques terroristas contra os três poderes, em Brasília.
“Os danos materiais ainda não foram mensurados, embora já seja certo que alcançam valores estratosféricos. Os danos imateriais, decorrentes principalmente do prejuízo ao patrimônio histórico, artístico e cultural de bens destruídos pelos terroristas, também deverão ser mensurados”, disseram os integrantes da frente, segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
“É imperioso resguardar o patrimônio público com o bloqueio de todos os bens daqueles que configuram no inquérito policial como investigados, independentemente do grau de culpa que possuam, tendo em vista, como dito, que há solidariedade entre todos na esfera civil”, acrescentaram.
“A destruição das obras de arte, literárias, históricas etc. por parte dos golpistas e vândalos que assaltaram a capital federal, financiados ainda não se sabe por quem, traduz frontal ataque aos direitos humanos econômicos, sociais e culturais titularizados pelo povo brasileiro”, afirmou a FADDH.
A petição é assinada pelos advogados Flávio de Leão Bastos Pereira, André Lozano Andrade, Felippe Mendonça, Bianca Maria E. de Moraes, Lígia de Souza Cerqueira, Barbara Bijos Maués, Talitha Camargo da Fonseca, Artenira da Silva e Silva, Patrícia Borba de Souza e Mônica Sapucaia Machado.