VIOLÊNCIA POLÍTICA

PM diz que atirou em ato do PT após amiga gritar "Bolsonaro"; deputado relata outras duas ameaças de policiais

PM Dhiego Souto de Jesus, que estava à paisana, foi preso após atirar em ato do deputado Paulo Guedes, candidato à reeleição, em Montes Claros (MG). Outro PM mostrou órgãos genitais e arma a apoiadoras.

Dhiego Souto de Jesus, PM que atirou em ato do deputado Paulo Guedes em MG.Créditos: Reprodução/Facebook
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O policial militar Dhiego Souto de Jesus, que atua na 3ª Cia da PM de Iturama, no interior de Minas Gerais, foi o responsável por efetuar ao menos um tiro durante campanha do deputado federal Paulo Guedes (PT-MG), que é candidato à reeleição, em Montes Claros, no norte do estado, na noite deste domingo (25) quando ocorreu o atentado. Segundo o parlamentar, foi o terceiro atentado de um policial armado durante atos de campanha na última semana.

Apoiador de Jair Bolsonaro (PL), o PM alegou em depoimento no boletim de ocorrência, a qual a Fórum teve acesso, que efetuou os disparos quando passava em meio à carreata e uma amiga que estava no banco de trás do carro - um Voyage branco - gritou "Bolsonaro": "momento em que três pessoas de moto fecharam o veículo em que estava o declarante, que este assustou, com medo de estarem armados, por terem colocado a mão na cintura, que efetuou um disparo com arma de fogo para cima, momento em que os indivíduos abriram o trânsito e o declarante conseguiu sair do local". 

O PM foi preso, mas na manhã desta terça-feira (26) negociava o pagamento de fiança para responder em liberdade.

A versão de Dhiego Souto de Jesus, que atacou Lula e o PT em publicações no Facebook nas eleições de 2018 em campanha para Bolsonaro, é diferente da apresentada pelo deputado Paulo Guedes, que detalhou a ação do PM em seu depoimento.

Segundo o parlamentar, o atentado ocorreu por volta das 21h30, quando ele e mais três pessoas estava em um trio elétrico. O deputado diz que fazia discurso quando o PM passou dentro do carro, tirou o braço para fora e efetuou o disparo a cerca de 4 metros de distância de onde estava.

"Após o disparo, houve um tumulto generalizado, tendo o motorista acelerado o trio, segundo o veículo com a intenção de identificar o veículo", que foi abordado pelo assessor parlamentar Antônio Romeu. 

Guedes ainda narrou à polícia duas outras tentativas de intimidação com armas que havia acontecido durante a semana em sua campanha, antes dos disparos efetuados por Dhiego Souto.

A primeira no bairro de Morrinhos, onde um policial civil apontou a arma a um apoiador "ameaçando-o, que não aceitava o povo do Lula passar na rua determinando acabar com o evento". 

A segunda ameaça aconteceu no Bairro São Geraldo, na avenida Três Corações, quando um PM teria saído de casa e feito "gestos obscenos contra as mulheres, mostrando seus órgãos genitais e em seguida sacou a arma e efetuou 3 disparos para cima.