ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro é proibido pelo TSE de usar imagens de Londres em propaganda eleitoral

Ministro diz que Bolsonaro usou “motes eleitorais para exaltar seu governo e alertar que se avizinha o momento de decidir o futuro da nossa nação”

Bolsonaro usou a sacada da casa do embaixador como palanque eleitoral.Créditos: Reprodução/Twitter
Escrito en POLÍTICA el

Jair Bolsonaro (PL) está proibido de utilizar imagens gravadas do seu discurso feito na sacada da residência do embaixador brasileiro em Londres, no domingo (18), na propaganda eleitoral. O presidente protagonizou verdadeira campanha eleitoral durante o funeral da rainha Elizabeth.

A decisão foi do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, corregedor-geral da Justiça Eleitoral.

O ministro determinou que, em caso de desobediência, a coligação de Bolsonaro seja obrigada a pagar multa de R$ 20 mil para cada propaganda ou post nas redes sociais.

Além disso, Gonçalves mandou o Twitter remover, em até 24 horas, uma publicação feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com o discurso do seu pai.

O mesmo prazo foi dado ao Google para que retire as mesmas imagens do canal do filho de Bolsonaro no YouTube. Os dois devem pagar multa de R$ 10 mil, caso não cumpram o que foi determinado.

A decisão do ministro acatou pedido da candidata à presidência, Soraya Thronicke (União Brasil), de acordo com informações de Thais Arbex e Rodrigo Vasconcelos, na CNN Brasil.

Corregedor afirma que discurso de Bolsonaro enfatizou pautas de sua campanha eleitoral

O ministro do TSE defendeu que Bolsonaro, durante o discurso a apoiadores, na capital inglesa, enfatizou pautas de sua campanha eleitoral, abordando temas como drogas, aborto e questões de gênero, e que fez uso de “motes eleitorais, como a invocação do cenário na América do Sul para exaltar seu governo e alertar que se avizinha o momento de decidir o futuro da nossa nação”.

O corregedor-geral da Justiça Eleitoral afirmou, também, que o presidente teve atuação típica de candidato ao falar sobre a “receptividade que tem tido por todo o Brasil, com base na qual afirma ser impossível que não seja eleito no primeiro turno”.

“O vídeo não deixa dúvidas de que o acesso à Embaixada Brasileira, somente franqueado ao primeiro representado por ser ele o Chefe de Estado, foi utilizada para a realização de ato eleitoral”, considerou Gonçalves, que estabeleceu prazo de cinco dias para manifestação da defesa de Bolsonaro.