MANSÕES

Flávio Bolsonaro não consegue censurar jornalistas do Uol

O senador e filho mais velho do presidente entrou com queixa-crime contra os profissionais por conta de denúncia de compra de mansões com dinheiro vivo

Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Créditos: Beto Barata/Agência Senado
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O filho mais velho do presidente, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), tentou censurar os jornalistas Juliana Dal Piva e Thiago Herdy com ação que pedia a retirada do ar das reportagens com as quais os profissionais denunciaram o escândalo da compra de imóveis da família presidencial com dinheiro vivo. Mas nesta segunda-feira (19), o juiz Aimar Neres de Matos, da 4a Vara Criminal de Brasília, rejeitou o pedido o senador.

Para a defesa de Flávio, exercida pelo advogado Eduardo Reis Magalhães, as reportagens configurariam calúnia e difamação contra a família presidencial, que teria adquirido 51 imóveis total ou parcialmente me dinheiro vivo desde os anos 1990 – curiosamente a década em que o atual presidente chegou à Câmara dos Deputados.

“A família Bolsonaro vive ‘defendendo a liberdade’, mas tentou censurar a reportagem sobre os imóveis comprados com dinheiro vivo. Pediu censura até dos posts da minha conta aqui no Twitter e no Instagram. A 4ª Vara Criminal de Brasília negou”, afirmou Juliana Dal Piva nas suas redes sociais. A defesa do senador queria, além da retirada de duas reportagens do ar, também as publicações em redes sociais do Uol e da própria jornalista sobre o assunto, além de ter pedido a abertura de processo criminal contra os repórteres, negado pelo juiz.

A jornalista ainda lembrou, na mesma publicação, que o senador ainda teria feito um pedido para que os profissionais ficassem impedidos de publicar outras matérias sobre o mesmo tema. “O MP do DF muito bem respondeu que nós noticiamos o resultado de investigações do MP do Rio de Janeiro. E o juiz do caso negou os pedidos. Censura nunca mais que o Brasil é uma democracia”, comemorou a jornalista.

O senador Flávio Bolsonaro tem, de acordo com a apuração do Uol, 16 imóveis comprados parcialmente com dinheiro e teria utilizado outros R$ 3 milhões, depositados sem identificação na conta bancária da sua antiga loja de chocolates, que teria usado para pagar despesas pessoais.

*Com informações do Uol.