Em vídeo disparado em massa nos aplicativos de mensagens WhatsApp e Telegram na manhã desta segunda-feira (19), foi possível ver a técnica do “deep fake” sendo usada para alterar falas de William Bonner e Renata Vasconcelos na edição do último dia 12 de setembro do Jornal Nacional, quando anunciaram os resultados da pesquisa Ipec para as eleições deste ano. Não é a primeira vez que os apresentadores do maior telejornal do país são alvos de fraudes semelhantes.
No vídeo, Bonner aparece dando o suposto resultado, no qual o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceria liderando a disputa com 46% das intenções de votos contra 31% do ex-presidente Lula (PT). Na realidade, o resultado da pesquisa foi o inverso, com o petista marcando 46% e o atual presidente com 31%.
Além de falsificar o resultado da pesquisa e as vozes dos apresentadores, o disparo mentiroso também fraudou os gráficos exibidos no Jornal Nacional. Foram peças que mostravam a pesquisa de intenções de votos, assim como gráficos que apresentam a taxa de aprovação e rejeição do atual governo. De acordo com a fraude, 53% votariam em Bolsonaro no segundo turno e 36% em Lula. 45% ainda avaliariam a atual gestão como “boa ou ótima”. Tudo mentira.
De acordo com os dados verdadeiramente divulgados pelo instituto a uma semana, é Lula quem tem 53% de intenções de votos no segundo turno e são 45% os que avaliam a atual gestão como “ruim ou péssima”. Além disso, 59% declararam desaprovar o modo como o Bolsonaro governa o país – enquanto que no vídeo fraudado 57% avaliariam esse quesito positivamente.
"É falso o vídeo que circula em redes sociais e grupos de WhatsApp onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 46% das intenções de voto e o ex-presidente Lula, do PT, com 31%, segundo dados do Ipec e com imagens do Jornal Nacional, da TV Globo. Divulgada dia 12 de setembro, a pesquisa mostra o contrário: o ex-presidente Lula lidera a disputa, com 46% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, com 31%. O Ipec está denunciando o vídeo no Sistema de Alerta de Desinformação Contra as Eleições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Ministério Público Eleitoral (MPE) para que adotem as medidas cabíveis", declarou o instituto Ipec, em nota para a imprensa.