O presidente Jair Bolsonaro (PL), que após a última pesquisa Ipec chegou a adotar um tom cabisbaixo e afirmar que, se perder a eleição, vai se "recolher" e "passar a faixa", voltou nesta quarta-feira (14) a sinalizar que não aceitará o resultado das urnas caso seja derrotado no pleito de outubro.
Durante comício em Presidente Prudente (SP), o mandatário disse que "não tem como" ele não ganhar a eleição já no primeiro turno e arriscou até mesmo o número de votos que terá.
"Apoio muito grande. Não tem como ser no segundo turno. Não tem como. Primeiro turno, com 60% dos votos", disparou o presidente otimista.
No dia da Ipec, discurso foi outro
Na noite de segunda-feira (12), durante entrevista ao podcast Collab pouco após a divulgação da pesquisa Ipec que mostrou crescimento de Lula (PT) e chances do petista liquidar a eleição já no primeiro turno, Bolsonaro, abatido, disse que "se for a vontade de Deus" ele entrega a faixa presidencial e se recolherá, pois não tem "mais nada a fazer aqui na Terra".
“Se essa for a vontade de Deus, eu continuo, se não for, a gente passa aí a faixa e vou me recolher porque com a minha idade, eu não tenho mais nada a fazer aqui na Terra, se acabar essa minha passagem pela política aqui em 31 de dezembro do corrente ano”, disse.
Segundo o último levantamento eleitoral, Lula, que tinha 44% das intenções de voto no último estudo do Ipec, de 5 de setembro, atingiu 46%. Bolsonaro, por sua vez, ficou estagnado com os mesmos 31% que já tinha registrado na pesquisa anterior.
Em votos válidos, isto é, desconsiderando os brancos e nulos, Lula chegou a 51%, mais que o suficiente para vencer a eleição já na primeira volta (basta 50% e mais um voto).