O deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos), afirmou que não se arrepende de ter agredido a jornalista Vera Magalhães na noite esta terça-feira (14), após debate dos candidatos ao governo de São Paulo.
Após a repercussão do caso, ele afirmou que "não se arrepende de absolutamente nada" e que, "se é para pedir desculpas a alguém, tenho que pedir desculpas ao Tarcísio".
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A atitude de Garcia, repetindo frase do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que Vera Magalhães é uma "vergonha para o jornalismo brasileiro", foi criticada até mesmo por seus pares, como o candidato Tarcísio de Freitas e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL).
Nunca aprovou um projeto
Garcia nunca teve um Projeto de Lei (PL) aprovado em seus três anos de mandato. A maioria das suas propostas abordam temas ligados à pauta de costumes e de combate à esquerda. Dos 49 textos de que é autor ou coautor, 15 defendem essas bandeiras. Sete patrocinam as ideias do Escola Sem Partido. Garcia chega a defender a ditadura militar em um dos projetos.
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Réu
Garcia se tornou réu em vários processos ao divulgar um dossiê contra ativistas antifascistas, com centenas de dados de cerca de mil opositores do governo Bolsonaro — o que é ilegal.
Garcia foi condenado em segunda instância na Justiça de São Paulo pelo dossiê. Ele terá de pagar uma indenização de R$ 10 mil a uma jovem inclusa no documento, com valores acrescidos de juros desde junho de 2020, data em que os dados foram divulgados. Em outro caso, segundo o site, a Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias do deputado para que ele pague uma indenização de R$ 43 mil por danos morais a duas mulheres citadas.
O caso levou ao rompimento de sua relação com Eduardo Bolsonaro. Num bate-boca público no Twitter, Garcia acusou o então aliado de se "acovardar" em relação ao dossiê antifascista.
O GLOBO e CBN divulgam nota de repúdio ao ataque contra Vera Magalhães
É inaceitável sob todos os aspectos o ataque feito pelo deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos) à jornalista Vera Magalhães, colunista do GLOBO, da CBN e apresentadora da TV Cultura. Não há espaço para esse tipo de ataque contra profissionais de imprensa em um ambiente democrático. Ao ofender e constranger a jornalista, uma das mais respeitadas do país, o deputado desferiu um atentado à imprensa livre. A situação é agravada pelo fato de Douglas estar no debate como convidado do candidato Tarcísio de Freitas, que, menos mal, repudiou a agressão. O episódio também prova, para quem ainda tinha alguma dúvida, que a conduta violenta do presidente Jair Bolsonaro, que atacou a jornalista no debate da Band, há duas semanas, gera agressões subsequentes. Os ataques não impedirão que o jornalismo independente siga fazendo as perguntas necessárias a todos que ocupam, ou pretendem ocupar, cargos de poder.