O ex-presidente Lula (PT) deve telefonar ainda esta semana para Ilza Ramos Rodrigues, diarista de Itapeva que foi humilhada por um empresário bolsonarista após declarar voto no petista.
Segundo a jornalista Natuza Nery, da GloboNews, a campanha de Lula já está em contato com a mulher para viabilizar uma conversa com o ex-presidente. O petista, segundo teria informado sua equipe, teria a preocupação de não expor ainda mais dona Ilza após a humilhação a que foi submetida, e por isso está avaliando o melhor momento e a melhor forma de realizar esse encontro. A princípio, a conversa deve se dar por telefone.
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Em entrevista à Folha de S. Paulo no último domingo (11), Ilze reafirmou apoio a Lula e manifestou desejo de encontrá-lo. “Se eu vou deixar? Não, eu vou votar nele (...) Menina, eu queria tanto falar com ele. Se eu pudesse, até abraçava”, declarou.
Entenda o caso
Desde o último sábado (10), passou a viralizar nas redes sociais um vídeo em que o empresário bolsonarista Cassio Joel Cenali, de Itapeva, humilha Ilza Ramos Rodrigues após ela declarar apoio a Lula.
Cassio estava supostamente doando uma marmita para a mulher e questionou: "Nessa campanha de Bolsonaro, a senhora é Bolsonaro ou Lula?"
Ilza, com muita simplicidade, respondeu: "Eu sou Lula". O bolsonarista então iniciou a humilhação. "Lula? Então tá bom aqui ó: ela é Lula. A partir de hoje não tem mais marmita", disse o homem para espanto dela. "A partir de hoje é a última marmita que vem aqui. A senhora pede para o Lula agora. Está bom? É a última marmita que vem para a senhora".
Estarrecida e constrangida, a mulher indagou: "É verdade?". "Verdade, sério. Tá bom, gente. Aqui não vem mais marmita", emendou o bolsonarista, que filmou a cena humilhante.
"Fiquei sem ação. O jeito que ele falou mexeu com a minha mente, não é brincadeira. O que ele fez foi me humilhar. Só porque ele tem dinheiro, tem o carrinho dele, ele quis me humilhar com essa ação. Eu não posso nem ver o vídeo. Mexeu muito no meu psicológico", afirmou a mulher após a repercussão do caso.
Apesar da situação vexatória a que foi submetida, Ilza passou a contar com uma ampla rede de solidariedade. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por exemplo, anunciou que vai garantir 6 meses de alimentos saudáveis produzidos em suas cooperativas à diarista.