Em entrevista nesta segunda-feira (12) ao Collab, projeto que reuniu 6 apresentadores de podcasts que têm como público alvo jovens evangélicos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) recuou no discurso e afirmou estar "arrependido" por ter dito que não é "coveiro", fazendo referência a uma declaração de abril de 2020, quando fez pouco caso dos mortos em decorrência da Covid-19, no início da pandemia.
O recuo se deu após um dos apresentadores perguntar se o presidente "retiraria" alguma fala que fez no contexto da pandemia. "A questão do coveiro eu retiraria. O 'jacaré' foi uma figura de linguagem", afirmou.
"Dei uma aloprada. Aloprei. Perdi a linha. Aí eu me arrependo", disse, adicionando que se arrepende, ainda, de ter dito que o nascimento de sua filha foi fruto de uma "fraquejada". "Pisei na bola. Pisei na bola. É igual... é comum nós homens falarmos, ‘vai nascer criança, vai ser consumidor ou fornecedor?’. Brincadeira entre homens. Não falo mais isso para ninguém. Para mim pega", pontuou.
"Lamento, não falaria de novo, você pode ver, de um ano pra cá, meu comportamento mudou, minha cadeira é um aprendizado", prosseguiu o presidente.
As novas declarações vieram logo após a divulgação da nova pesquisa Ipec apontando crescimento de Lula (PT) e chances cada vez mais concretas do petista vencer a eleição já no primeiro turno. Desesperado, Bolsonaro tenta adequar o discurso para reconquistar uma parcela do eleitorado.
Apesar de, a princípio, sinalizar uma mudança de postura, o chefe do Executivo, na mesma entrevista, voltou a imitar pessoa com falta de ar para negar que tenha feito deboche quando encampou tal imitação em um dos picos da pandemia.
"Se você pegar a imagem, não tô zombando de ninguém como o Bonner falou. A pessoa tá em casa (imita falta de ar), com falta de ar, vai procurar o hospital...", disparou