O ex-presidente Lula (PT), em entrevista ao jornalista William Waack, da CNN Brasil, na noite desta segunda-feira (12), comparou a eleição de Jair Bolsonaro (PL) em 2018 no Brasil à ascensão de Adolf Hitler e do nazismo na Alemanha. Segundo o petista, foi a "destruição da política" que permitiu a chegada dos dois extremistas ao poder.
Ao responder a primeira pergunta de Waack, que tratava do atual protagonismo assumido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na política brasileira, Lula disse que, hoje em dia, há uma "certa anormalidade" no país pois "tem hora que o Poder Legislativo se mete em ser Judiciário, o Executivo afronta o Legislativo e o Judiciário e o Judiciário às vezes faz política".
Lula afirmou que, caso eleito, trabalhará para que o país "volte à normalidade" com "cada Poder cumprindo sua função". Ele destacou, ainda, que não se arrepende de nenhuma das 6 indicações que fez para o STF. "Nunca indiquei para depender de favor deles", pontuou.
Na sequência, o ex-presidente falou sobre a anulação das ações da operação Lava Jato que pesavam sobre ele, a partir de decisão do STF. "É fantástico porque eu disse o tempo inteiro que tinha juiz mentindo, um grupo da força tarefa que induziu a imprensa brasileira com mentiras. Tive que provar minha inocência e a culpa deles", declarou.
A comparação entre Bolsonaro e Hitler veio logo depois, quando Lula tratou da "judicialização da política". Segundo o petista, a "anormalidade" no país "começou quando o candidato derrotado não quis aceitar o resultado" da eleição, em referência a Aécio Neves (PSDB), que foi derrotado por Dilma Rousseff (PT) em 2014.
"As coisas começaram a mudar depois de 2014 e depois do golpe que deram contra a Dilma (...) Acho que houve vários fatores que permitiram que o Brasil entrasse nesse clima. A destruição da política permitiu que surgisse o Bolsonaro, como permitiu que na Alemanha surgisse o Hitler", avaliou.