A primeira-dama Michelle Bolsonaro fez uma fala de aproximadamente cinco minutos na manhã desde domingo (7), ao lado presidente Jair Bolsonaro (PL), durante culto evangélico em Belo Horizonte onde comparou seu marido a Jesus Cristo e afirmou que antes de sua presença o Planalto estaria “consagrado a demônios”.
“Podem me chamar de fanática”, disse a primeira-dama em preparação à fala sobre sobre demônios no Planalto. E não passou disso. Todo o discurso girou em torno de autoelogios de cunho religioso, invocando uma narrativa de que 'Deus teria escolhido um reles deputado e uma simples dona de casa para guiar o país'. Só faltou oferecer explicações a respeito dos cheques no valor de R$89 mil que recebeu de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PL) e principal suspeito de gerenciar esquemas de rachadinhas da família.
O discurso da primeira-dama foi breve e voltado para o público feminino. Ela tem aumentado sua participação nos eventos de campanha do marido em busca de melhorar sua imagem junto ao eleitorado feminino, que o despreza em boa parte - de acordo com dados recentes publicados pelo Datafolha.
Bolsonaro é conhecido por defender pautas contrárias aos interesses das mulheres, como por exemplo o de que devem ganhar menos que homens no mercado de trabalho pelo fato de engravidarem. Além disso, quando ainda deputado ficou famoso ao ser processado pela deputada Maria do Rosário (PT-RS) após dizer que não a estupraria por falta de “merecimento”.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, publicada nos últimos dias de julho, Bolsonaro tem chances de perder as eleições já no primeiro turno, uma vez que o ex-presidente Lula registrou 47% de intenções de voto. Segundo o mesmo instituto 45% rejeitam Bolsonaro, o que dificulta uma reeleição mesmo que ele consiga levar o pleito para o segundo turno. Além disso, 52% dizem não confiar em nada do que Bolsonaro diz e 73% o consideram um presidente corrupto.