O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro decidiu nesta quarta (31), por 6 votos a 1, pela impugnação da candidatura de Gabriel Monteiro (PL-RJ) a deputado federal. O ex-PM e youtuber que teve o mandato de vereador cassado neste mês ainda poderá fazer campanha enquanto recorre da decisão, contanto que não apareça em propagandas gratuitas na televisão e no rádio.
De acordo com fontes da Revista Fórum, o desembargador Thiago Santos, que deu o voto divergente, é pessoa próxima a Flávio Bolsonaro. Além disso, em resposta a pedido do Ministério Público Eleitoral, Monteiro terá de devolver todos os recursos que recebeu do Fundo Eleitoral.
O pedido de impugnação foi feito pelo candidato a deputado estadual André Barros (PSOL-RJ) em 5 de agosto com base no relatório da Comissão de Ética e Decoro da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, assinado pelo vereador CHico Alencar (PSOL-RJ), relator da comissão.
O PM, youtuber e agora ex-vereador do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro (PL), teve seu mandato cassado na Câmara Municipal carioca na noite último dia 18 de agosto. No placar de 45 a 2 pela sua cassação, os únicos votos contrários a ela foram do próprio Gabriel e do vereador Chagas Bola (União Brasil).
A decisão está baseada no relatório da Comissão de Ética e Decoro da casa que apontaram justamente falhas éticas e quebras de decoro relacionadas a acusações que Monteiro recebeu sobre assédio moral e crimes sexuais. As acusações criminais correm na Justiça e o ex-vereador deverá responder por elas nas devidas instâncias. Seus direitos políticos foram cassados no ato da cassação do mandato, no entanto como sua candidatura a deputado federal já estava registrada, Monteiro ainda tinha chances de se eleger e readquirir imunidade parlamentar. Com a impugnação da sua candidatura, o bolsonarista acusado de estupro e pedofilia fica nu diante da Justiça.
Gabriel Monteiro ficou famoso como um Youtuber que mostrava o cotidiano da PM no Rio de Janeiro. A fama lhe rendeu cerca de 60 mil votos nas eleições municipais de 2020 e ele foi o terceiro vereador mais votado na ocasião. Mas não demorou muito até que aparecessem as graves acusações a que responde.
Ele já é indiciado por manter relações sexuais com uma menina de 15 anos. Além deste caso, há acusações de que Gabriel teria obrigado assessores a assistirem-no mantendo relações sexuais. Uma ex-assessora do vereador também confirmou as acusações e o definiu como um “doente social” em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio.