ANA CRISTINA VALLE

Funcionário revelou que mansão de ex de Bolsonaro estava em nome de laranjas há um ano

Segundo Marcelo Santos, que trabalhou por 14 anos com o clã, Ana Cristina Valle usou dois laranjas para compra da casa de R$ 3,2 milhões. Objetivo era não fazer alarde após compra de mansão por Flávio Bolsonaro.

Ana Cristina Valle com Carlos, Jair Renan e Jair Bolsonaro.Créditos: Flickr Bolsonaro
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A declaração de Ana Cristina Valle (PP), ex de Jair Bolsonaro (PL), à Justiça Eleitoral relatando que é dona da mansão em que mora com o filho, Jair Renan, no Lago Sul, em Brasília, não pegou de surpresa ao menos uma pessoa: o antigo funcionário Marcelo Luiz Nogueira dos Santos que, há um ano, revelou que a casa no valor de R$ 3,2 milhões estaria em nome de um laranja.

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Em entrevista à época, ele afirmou que Ana Cristina comprou a mansão por meio de dois laranjas com quem firmou um contrato de gaveta para que eles repassem o imóvel para seu nome após o encerramento do financiamento.

Santos, que trabalhou com o clã Bolsonaro por 14 anos, resolveu fazer as denúncias depois que foi retirado da casa onde trabalhava e morava com Ana Cristina e Renan Bolsonaro, no Rio, para viver na nova mansão que agora é o lar de mãe e filho em Brasília.

Quando se mudou para lá, ele pediu aumento de salário, já que o custo de vida na capital federal é muito alto. Ele queria R$ 3 mil e a patroa teria aceitado, mas desde o acordo ela se negava a pagar o combinado e seguia pagando R$ 1,3 mil a Santos. Foi aí que o homem resolveu então denunciar à imprensa tudo que sabe sobre as atividades ilegais e criminosas envolvendo a família presidencial.

Segundo ele, o esquema com laranjas tinha o objetivo de não chamar a atenção da imprensa para a compra de mais uma mansão pelo clã após Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pagar cerca de R$ 6 milhões em outra casa na capital federal.

A mansão de Ana Cristina tem 1.200 m² de área total e 395 m² de área construída, uma piscina de 50 m², aquecimento solar e quatro suítes.

O preço pago na casa com piscina e outras dependências nababescas, localizada numa das áreas mais nobres e caras de Brasília, teria ficado entre R$ 2,9 e R$ 3,2 milhões.

Rachadinha

Santos disse ainda que chegou a ser nomeado como funcionário fantasma no gabinete de Flávio Bolsonaro no esquema das rachadinhas em 2007, quando atuava como uma espécie de babá de Jair Renan.

Segundo ele, era Ana Cristina quem recolhia o dinheiro das rachadinhas nos gabinetes dos filhos do atual mandatário do Planalto. Ele, inclusive, tinha que dar 80% do que recebia a Ana Cristina.

Segundo Santos, a recolha dos salários dos funcionários era feita nos gabinetes de Flávio e Carlos Bolsonaro, primeiro e segundo filhos do presidente. 

Apenas da sua parte, enquanto funcionário de Flávio Bolsonaro na Alerj, o ex-empregado de confiança afirma ter entregado R$ 340 mil a Ana Cristina, num período de quatro anos em que ele foi lotado no local.