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"Em 100 anos saberá": Bolsonaro já debochou de sigilos questionados por Lula no debate

Em confronto direto com Bolsonaro, Lula afirmou que, se eleito, vai abrir com um só decreto todos os sigilos de 100 anos impostos pelo presidente

Lula e Jair Bolsonaro no debate da Band.Créditos: Ricardo Stuckert/Reprodução TV Bandeirantes
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No primeiro debate presidencial deste ano, realizado pela TV Bandeirantes e um pool de veículos no último domingo (28), Lula (PT), em confronto direto com seu principal oponente, Jair Bolsonaro (PL), questionou os decretos de sigilos de 100 anos que o atual presidente impôs a alguns fatos em seu governo. 

O petista ainda prometeu revogá-los. "Estou aqui candidato para ganhar as eleições e, aí sim, em um decreto só, eu vou apagar todos os seus sigilos", disse Lula. 

O assunto no debate fez com que as buscas por "sigilo de 100 anos" disparassem no Google. Ao ser confrontado com o tema, Bolsonaro desconversou e disse que só impôs tais decretos para assuntos de ordem pessoal, como com relação ao seu cartão de vacinação. 

Há pouco mais de 4 meses, no entanto, o presidente chegou a debochar de um usuário do Twitter que questionou o sigilo imposto a um assunto de interesse público: os encontros entre Bolsonaro e os pastores lobistas Gilmar Santos e Arilton Moura, suspeitos de pedirem propina no Ministério da Educação (MEC) para liberar recursos para prefeituras

"Presidente, o senhor pode me responder porque todos os assuntos espinhosos/polêmicos do seu mandato, você põe sigilo de 100 anos? Existe algo para esconder?", perguntou o usuário do Twitter identificado como Lucas Elias Bernardino em uma postagem de Bolsonaro. O titular do Palácio do Planalto, então, respondeu, usando um emoji com o sinal de positivo: "Em 100 anos saberá". 

O internauta, por sua vez, reagiu à resposta de Bolsonaro. "Presidente, me parece um tanto quanto cômodo para o senhor e péssimo para toda a população, pq se a 'verdade é o que nos libertará', 100 anos não é muito tempo não?", questionou.

"E conhecereis a verdade..." 

Uma das máximas repetidas a exaustão por Jair Bolsonaro é a frase bíblica "E conhecereis a verdade, e a verdade os libertará (João 8:32). Apesar de posar de paladino da transparência, o presidente, no entanto, recorrentemente impõe sigilo a fatos importantes e tenta esconder informações. 

Entre os sigilos de 100 anos, estão, por exemplo, ao processo contra o ex-ministro Eduardo Pazuello, que é general do Exército, por ter participado de manifestação com cunho político-partidário, ao cartão de vacinação do presidente e aos registros de acesso de seus filhos ao Palácio do Planalto

Outro sigilo colocado pelo governo é aos documentos sobre a viagem do presidente à Rússia, em fevereiro deste ano, uma semana antes do início da guerra com a Ucrânia.